Pará capital Sucupira

Entra prefeito, sai prefeito e toda vez é a mesma coisa: no início da administração, Belém parece transformar-se em Sucupira e um dos seus dramas cruciais passa ser a falta de cemitérios.
Ainda lembro das mórbidas declarações do secretário de administração do início da gestão D. Costa, quase a meaçando punir a população de Belém, caso ele tivesse a ousadia de morrer sem a autorização dele. Com o passar do tempo, o referido secretário foi cuidar dos proventos e da assistência à saúde dos que ainda estavam vivos e todo mundo sabe o desfecho dessa história nada edificante. O dito cujo foi acusado de formação de quadrilha, indo bater atrás das grades e a vida seguiu seu rumo, inclusive rumo à inexorável morte. E com direito a enterro.
Agora, não por acaso início de uma nova gestão, segundo o Repórter da Ditadura(70), "Não é conveniente morrer em Icoaraci". Embora seja um dos distritos mais massacrados pela recorrente violência cotidiana que nos assombra(menos ao titular da SEGUP), ao que parece, o poder público municipal ameaça não enterrar os muitos que batem as botas cotidianamente, sem propor qualquer alternativa às situações.
Balela, evidentemente. É a velha, ou melhor, valhaca manobra de vender dificuldades para colher facilidades e frutos marqueteiros, ao transformar ações singelas como se fossem  feitos heróicos e dignos do louvor geral. Na verdade, não passa de marca registrada de administrações medíocres. Infelizmente!