O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou nesta terça-feira,
18, as medidas de regulação e supervisão que serão tomadas, com base nos
indicadores de qualidade referentes a 2011. O processo leva em
consideração o índice geral de cursos (IGC) e o conceito preliminar de
curso (CPC). Em uma escala até 5, os conceitos 1 e 2 são considerados
insatisfatórios, e as instituições e cursos ficam sujeitos a medidas de
regulação e supervisão.
Segundo Mercadante, é papel do Ministério da Educação fiscalizar os
cursos e instituições para garantir a qualidade necessária da educação
superior e, consequentemente, a segurança dos estudantes. No sistema
público, o MEC faz a regulação somente das instituições federais. “O
Brasil tem uma imensa demanda de ensino superior, e o MEC tem interesse
em aumentar essa demanda”, disse o ministro. “As medidas adotadas vão na
direção da expansão do sistema, mas não podemos expandir sem
qualidade.”
O ministro salientou que houve melhora generalizada nos indicadores
de qualidade da educação superior. “O sistema todo se moveu em direção à
melhora nos anos de 2008 e 2011”, afirmou. “No entanto, uma parte do
sistema não está acompanhando; não haverá flexibilização em nenhum
cenário para quem piorou. Nosso dever é fiscalizar esse grupo.”
O cálculo do IGC inclui a média ponderada dos conceitos preliminares
de curso e os conceitos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes), órgão do MEC responsável por avaliar os
programas de pós-graduação das instituições.
O CPC avalia o rendimento dos alunos, a infraestrutura e o corpo
docente. Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes conta 55% do total,
enquanto a infraestrutura representa 15% e o corpo docente, 30%. Na
nota dos docentes, a quantidade de mestres pesa em 15% do total; a
dedicação integral, 7,5% e o número de doutores, também 7,5%.
Conceito preliminar de curso — Em 2011, foram
avaliados 8.665 cursos — 6.083 do sistema federal de ensino — das áreas
de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins, bem como cursos dos
eixos tecnológicos de controle e processos industriais, informação e
comunicação, infraestrutura e produção industrial.
Do total, 4.458 tiveram CPC satisfatório — 1.272 federais e 3.186
particulares. Dos cursos avaliados, 672 tiveram CPC insatisfatório — 124
federais e 548 particulares. Outros 1.114 cursos ficaram sem conceito —
para qualificar o curso, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) avalia vários itens. Entre eles, número mínimo de
matrículas e de alunos que fizeram o Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade).
Para os cursos com conceito inferior a 3, o MEC estabelece medidas
gerais obrigatórias, como assinatura de compromisso e plano de melhorias
detalhado, com medidas a serem tomadas a curto e a médio prazo. Em 60
dias, os cursos mal avaliados devem passar por reestruturação no corpo
docente. Ou seja, investir em dedicação integral e titulação. Em 180
dias, por readequação da infraestrutura e do projeto pedagógico.
O plano de melhoria será acompanhado por comissão de avaliação, que
fará relatórios bimestrais sobre a evolução da correção das deficiências
apontadas pelo MEC. Caso se verifique o não cumprimento das medidas,
será instaurado processo administrativo, que pode resultar no fechamento
do curso.
Além disso, os cursos e instituições com conceito inferior a 3 ficam
automaticamente impossibilitados de oferecer o benefício do Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies).
A partir deste ano, o MEC estabeleceu novos critérios para acompanhar o processo de supervisão. Foi definida uma matriz de risco, com base no CPC e no IGC, para detectar cursos sem a qualidade exigida.
Índice geral de cursos (IGC) — Os dados gerais de
2011 apontam que foram avaliadas 1.875 instituições de educação
superior, das quais 1.772 federais. Do total, 1.221 obtiveram índice
satisfatório — 1.134 particulares e 87 públicas. Outras 551 registraram
IGC insatisfatório — 549 particulares e duas públicas federais. Outras
261 ficaram sem conceito. Também para essas instituições estão previstas
medidas de aferição da qualidade.
A descrição dos cursos e instituições com desempenho insatisfatório, além das medidas cautelares, serão publicadas no Diário Oficial da União a partir desta quarta-feira, 19.
(MEC)
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