Entre os anos 2000 e 2010, o número de crianças de 4 e 5 anos de idade matriculadas em escolas ou creches passou de 51,4% para 80,1%. No grupo de até 3 anos, a proporção subiu de 9,4% para 23,5%, segundo o Censo Demográfico 2010: Resultado da Amostra – Educação e Deslocamento, divulgado hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Já avançou bastante de 2000 para 2010. O
nível de instrução está melhorando em todos os níveis, mas ainda
tem muito o que avançar nessa parte da educação infantil”, disse
a pesquisadora do IBGE Vandeli dos Santos Guerra
Na população de 6 a 14 anos, 96,7% estavam na
escola. Na faixa etária de 15 a 17 anos, a proporção cai para
83,3%.
A pesquisa indica também que o nível de
escolarização de um modo geral tem melhorado no país. No grupo
acima de 25 anos, idade considerada suficiente para conclusão da
graduação, o número de pessoas sem instrução ou com ensino
fundamental incompleto caiu de 64% em 2000 para 49,3% em 2010. Com
ensino médio completo passou de 12,7% para 14,7% e a proporção de
pessoas com ensino superior completo passou de 6,8% para 10,8%.
O IBGE pesquisou, pela primeira vez, o número de
pessoas que cursavam uma segunda graduação. Dos 6,2 milhões de
alunos que estavam na faculdade em 2010, quase 700 mil já tinham um
curso superior concluído, o que corresponde a 10,8%. Desses, 196,5
mil (30,1%) tinham mais de 40 anos de idade.
Fora da escola
Entre as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos
de idade, faixa etária correspondente ao ensino fundamental
obrigatório, 3,3% estavam fora da escola em 2010, o que equivale a
quase 1 milhão de pessoas nessa faixa etária.
Na faixa correspondente ao ensino médio, de 15 a
17 anos, a evasão caiu de 22,6% para 16,7%, com diferença grande
entre as áreas urbana (15,6%) e rural (21,7%). Além disso, os dados
mostram que apenas 47,3% dos jovens estavam cursando o ensino médio,
o que confirma a defasagem entre a idade e a série escolar nessa
faixa etária.
Segundo o IBGE, entre os jovens de 18 a 24 anos,
36,5% não completaram o ensino médio e não estavam estudando em
2010. Em 2000, o percentual chegava a 48%. O nível de abandono da
escola nessa etapa é 21,2%.
O IBGE alerta para os problemas sociais
decorrentes da falta dessa etapa da educação, como a inserção
precária no mercado de trabalho e o maior risco de exclusão social.
Desigualdades regionais
As desigualdades
regionais brasileiras ainda se refletem no acesso à escola. Enquanto
a média nacional de crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade
fora da escola era 3,3% em 2010, na Região Norte o índice era 6,1%.
Na faixa etária de 15 a 17 anos de idade, as regiões Norte e Sul
tinham 18,7% de evasão escolar, acima da média nacional de 16,7%.
Na faixa de 6 a 14 anos de idade, 2,9% das pessoas
das cidades não frequentavam escola. O índice sobe para 5% na área
rural. A diferença é acentuada na faixa de 15 a 17 anos, na qual
estão fora da escola 15,6% dos jovens das áreas urbanas e 21,7% nas
áreas rurais.
Outro dado aponta que o nível de rendimento da
família também tem influência na frequência escolar. Enquanto
5,2% das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos com rendimento
familiar per capita de até um quarto de salário mínimo
não frequentavam escola em 2010, a proporção cai para 1,6% nas
famílias com rendimento acima de 3 salários mínimos. Na faixa de
15 a 17 anos a taxa é 21,1% no nível de rendimento mais baixo e cai
para 6,4% no nível mais alto.
Escolas públicas
Quanto à rede de ensino, as escolas públicas
atendem à maioria da população até o ensino médio e na
pós-graduação, enquanto o ensino s0uperior e cursos de
especialização são feitos, em sua maioria, em instituições
privadas.
A rede pública de ensino atendia, em 2010, a
75,8% das matrículas em creches, 71,1% da pré-escola, 82,3% na
alfabetização, 86,8% no ensino fundamental, 85,8% do ensino médio,
28,9% da graduação, 22,4% da especialização de nível superior,
52,7% do mestrado, 69,8% dos cursos de doutorado e 95,7% da
alfabetização de jovens e adultos.
Analisando o rendimento, os dados apontam que a
frequência em cursos superiores e de pós-graduação está
concentrada nas faixas mais altas de ganhos mensais. Nas classes de
alfabetização, 27,9% das crianças vinham de famílias que ganhavam
até um quarto de salário mínimo per capita, enquanto
47,1% dos estudantes de doutorado tinham renda domiciliar per
capita acima de cinco salários mínimos.
(Rede Brasil Atual)
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