As dívidas dos Estados e municípios passarão a ser corrigidas a
partir de 2013 pela taxa básica de juros (Selic) ou por uma combinação
de IPCA (índice do IBGE que mede a inflação aos consumidores) mais 4% –o
que for menor em cada momento.
O detalhamento foi feito ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda),
confirmando a decisão, já anunciada pelo governo, de reduzir o custo
das dívidas.
Hoje as dívidas estaduais são corrigidas, na maior parte dos casos,
pelo IGP (índice de inflação calculado pela Fundação Getulio Vargas)
mais uma alíquota de 6%.
SÃO PAULO
A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, paga os juros mais altos: IGP mais 9%. Na
semana passada, ainda não estava confirmado que os municípios também
seriam beneficiados.
Segundo Mantega, a mudança da correção das dívidas vai gerar uma economia anual de R$ 20 bilhões aos Estados e municípios.
A proposta inicial dos governadores era usar a Selic ou uma
combinação de IPCA mais 2%. O secretário-executivo da Fazenda, Nelson
Barbosa, já havia dito na semana passada que essa proposta não era
viável.
Como justificativa, afirmou que o custo de captação do Tesouro com
títulos atrelados a inflação fica em IPCA mais 3% ou 4%. Não faria
sentido a União pagar mais caro a seus credores e cobrar mais barato dos
Estados.
ICMS
A troca dos índices que corrigem as dívidas é um agrado aos
governadores num momento em que o Planalto tenta unificar alíquotas
interestaduais de ICMS. A proposta de mudança tributária encontra
resistência, principalmente nos governos do Norte, Nordeste e
Centro-Oeste.
Mantega disse que enviará uma medida provisória ao Congresso na próxima quinta-feira com a mudança no reajuste das dívidas.
A União é a principal credora dos Estados e municípios. Diante do
descontrole das dívidas dos governos regionais, os débitos foram
assumidos pelo governo federal entre 1997 e 1999, durante o governo
Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Apesar da troca dos indicadores atender a um pleito antigo dos
governos regionais, a principal demanda dos governadores é diminuir o
percentual das receitas que deve ser obrigatoriamente usado para pagar
os juros dos débitos com a União. Isso liberaria recursos imediatamente
pata outros gastos, mas a Fazenda resiste ao pedido.
(FSP)
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