Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Estaremos por um triz?

Quando um ministro do STF é chamado por um advogado de "juiz de merda" e silencia, pois deve sua nomeação para membro da mais alta Corte do país à influência desse advogado. Quando esse mesmo ministro faz a defesa da independência entre os poderes, de resto, princípio básico da Constituição vigente, e vota de acordo com esse entendimento; e depois, por pressão política e midiática, dá um voto diametralmente oposto ao anterior, e ainda ameaça de prisão o chefe de um outro poder, é porque estão jogando o país na grave situação do quanto pior, melhor.
Em 1964, Jango demoveu Leonel Brizola de organizar a resistência ao golpe civil/militar porque isso significaria derramamento de sangue.Hoje seria muito mais difícil evitar a resistência porque as convergências entre as organizações populares são mais fortes do que suas divergências. Naquela época, havia setores do PCB, por exemplo, que até viam com bons olhos a deposição de Jango, acreditando nos propósitos moralizadores dos milicos. Não por coincidência, um dos udenistas mais raivosos e mais ansioso por uma ruptura é egresso daquela sigla.
Com a insólita conclusão da votação de ontem, recheada de agradecimentos inusuais, seguidos de protestos e retiradas do plenário, da não proclamação do resultado do julgamento, a mostrar o quanto a transformação do plenário do STF em estúdio de tv fez mal aos ministros, entramos perigosamente na era do "a Constituição é aquilo que o STF diz que é", semelhante, conforme identificou a revista Carta Capital, a do advogado Carlos Medeiros, no preâmbulo do AI-1, "A revolução vitoriosa se legitima a si mesma", não por acaso, posteriormente ungido à condição de ministro desse mesmo STF. Resta saber se a sociedade brasileira está disposta a submeter-se resignadamente ao ucasse verbal de Joaquim Barbosa.


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