Laboratório britânico confirma que não houve caso de vaca louca no Brasil
Análise de um laboratório britânico confirmaram que são infundadas as suspeitas de que a morte de uma vaca, em 2010, no município de Sertanópolis (PR), tenha sido em decorrência da doença da vaca louca. Apesar de confirmada a presença da proteína EEB, conhecida por príon, que pode – ou não – causar a vaca louca, o animal paranaense não desenvolveu a doença. O resultado da análise foi anunciado hoje (7) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“Nós asseguramos que a vaca não morreu dessa doença. Provavelmente foi
pela idade avançada em que ela se encontrava [13 anos]”, disse o diretor
do Departamento de Saúde Animal do ministério, Guilherme Marques. “Tudo
indica que essa proteína encontrada pelos exames foi causada por uma
mutação aleatória, a exemplo do que ocorreu em diversos outros países
[Estados Unidos, Canadá, Japão, Portugal e Inglaterra]”, acrescentou.
Identificada na década de 1980 na Inglaterra, a vaca louca é
neurodegenerativa. A doença se espalhou pelo país após o uso de ração
para gado produzida a partir de bovinos que portavam a proteína. Mas,
segundo os técnicos do ministério, em muitos casos a presença da
proteína príon não resulta na doença, passando o caso a ser identificado
como “não clássico”.
O Brasil possui a melhor classificação possível feita por entidades
internacionais, em relação à doença da vaca louca: “país de risco
insignificante”. Como a possibilidade de ocorrências de mutação da
proteína existe, e de forma aleatória, nenhum país é considerado livre
da doença.
“O Brasil seguiu, de imediato, todos os procedimentos preventivos,
acionando o serviço oficial [autoridades de saúde animal], e no dia
seguinte [ao óbito] chegamos ao local. O animal foi enterrado sem entrar
na cadeia alimentar. Isso tudo mostra a importância dos procedimentos e
das medidas de mitigação”, explicou Guilherme Marques.
Segundo ele, todos os protocolos internacionais foram seguidos:
investigações internas [exames clínicos e epidemiológicos em campo,
exames em níveis estadual e federal, no próprio país]; e envio a
laboratórios internacionais, nos casos em que pairem dúvidas. Como foram
obtidos resultados divergentes (positivos e negativos) relativos à
presença da proteína, o Brasil encaminhou para análise do laboratório
considerado o melhor equipado para a identificação da doença, o Animal
Health and Veterinary laboratories Agency, na Inglaterra.
O secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, disse que o país
está preparado para questionar quaisquer tipos de restrição à carne
brasileira. “Nosso sistema é de criação em pasto. As regras
internacionais são claras. Não temos a doença e, como tal, se algum país
criar alguma restrição, vamos usar os canais corretos para dar
explicações e, depois, usando o acordo sobre aplicação de medidas
sanitárias de Genebra, fazer as reclamações e se for o caso, levar a um
painel”, disse.
“As garantias e certificações continuam as mesmas. Evidentemente pode
acontecer de algum país, numa reação mais precipitada gerar algum tipo
momentâneo de restrição, mas vamos dar as explicações necessárias a
isso”, completou.
Agência Brasil)
Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário