Veja abaixo
que Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Ayres Britto e Cezar
Peluso, disseram em 2011 que não cabe ao STF, mas a Câmara dos Deputados
decidir sobre a cassação ou não de mandato de deputado. Celso de Mello
disse o mesmo em outro julgamento em 1995. Os votos abaixo são do
acórdão do julgamento do deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), condenado
pelo STF em 8.set.2011 por esterilização ilegal de mulheres no interior
do Pará:
"Luiz Fux, revisor – página 173 do
acórdão: "Com o trânsito em julgado, lance-se o nome do réu no rol dos
culpados e oficie-se a Câmara dos Deputados para os fins do art. 55, §
2º, da Constituição Federal."
"Marco Aurélio –
página 177 do acórdão: "Também, Presidente, ainda no âmbito da
eventualidade, penso que não cabe ao Supremo a iniciativa visando
compelir a Mesa diretiva da Câmara dos Deputados a deliberar quanto à
perda do mandato, presente o artigo 55, inciso VI do § 2º, da
Constituição Federal. Por quê? Porque, se formos a esse dispositivo,
veremos que o Supremo não tem a iniciativa para chegar-se à perda de
mandato por deliberação da Câmara".
"Gilmar
Mendes – página 241 do acórdão: "No que diz respeito à questão suscitada
pelo Ministro Ayres Britto, fico com a posição do Relator, que faz a
comunicação para que a Câmara aplique tal como seja de seu
entendimento."
"Ayres Britto (já aposentado) –
página 226 do acórdão: "Só que a Constituição atual não habilita o
Judiciário a decretar a perda, nunca, dos direitos políticos, só a
suspensão".
"Cezar Peluso (já aposentado) –
página 243 do acórdão: "A mera condenação criminal em si não implica,
ainda durante a pendência dos seus efeitos, perda automática do mandato.
Por que que não implica? Porque se implicasse, o disposto no artigo 55,
VI, c/c § 2º, seria norma inócua ou destituída de qualquer senso; não
restaria matéria sobre a qual o Congresso pudesse decidir. Se fosse
sempre consequência automática de condenação criminal, em entendimento
diverso do artigo 15, III, o Congresso não teria nada por deliberar, e
essa norma perderia qualquer sentido".
(Artigo de Fernando Rodrigues, citado por Luís Nassif e extraído do blog Gilson Sampaio)
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