Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A difícil ruptura com o passado

A Record é contra o financiamento público das campanhas eleitorais, conforme consta na Reforma Política a ser votada por esses dias. A Globo também é, mas dissimula. A Globo sabe que seu substrato partidário dificilmente voltará ao poder, caso o poder econômico perca influência nos futuros processos eleitorais. A Record também sabe que sua bancada terá bastante dificuldade de manter-se numerosa se o financiamento dízimo também for proibido.
Mas, a Globo é o Partido Republicano. Deixa o debate fluir e não se expõe através de posicionamentos truculentos que acintosamente defendem o status quo. Já a Record é o Tea Party e baseia suas posições na mais abjeta desinformação e recorrendo a depoimentos de populares mais desinformados. Houve até uma que sugeriu ingenuamente que os políticos fizessem uma "popuançazinha" para bancar suas candidaturas, ignorando totalmente que mandatos de mais de 15, 20 anos são resultado de uma postura compromissada com interesses empresarias das mais diversas espécies. legítimos ou não.
No centro da matéria da Record, a total ocultação da informação de que já existe um bilionário fundo partidário, cuja prestação de contas aos tribunais eleitorais ainda carece de maior transparência, e que seria o financiador das eleições brasileiras em todos os níveis, algo que reduziria drasticamente os custos dessas campanhas, bem como enfraqueceria a figura do deputado lobista.
Infelizmente, a julgar pelo posicionamento dessas duas redes de televisão, inimigas mortais, mas unidas nesse mesmo objetivo, mais uma vez o Brasil ficará privado de finalmente ter eleições mais limpas pelo combate a compra de votos. Como disse Raymundo Faoro(Os Donos do Poder- 2º volume), "A comunidade política conduz, comanda, supervisiona os negócios como negócios privados seus, na origem, como negócios públicos depois, em linhas que se demarcam gradualmente. O súdito, a sociedade se compreendem no âmbito de um aparelhamento a explorar, a manipular, a tosquiar nos casos extremos. Dessa realidade se projeta, em florescimento natural, a forma de poder, institucionalizada num tipo de domínio: o patrimonialismo, cuja legitimidade assenta no tradicionalismo- assim é, porque sempre foi."

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