Circo dos horrores

A "faixa tucana de Gaza" tem milhões de quilômetros e é identificada pelo desdém com que seus governantes tratam a segurança pública. Em São Paulo, o governador tucano Geraldo Alckmin justificou a violência atribuindo ao tamanho de São Paulo; aqui, é conhecida a tese da "sensação de insegurança", felizmente há pouco abandonada depois que o panglossiano secretário de segurança constatou através dos fatos que certas regiões do estado vivem em guerra, o tráfico de drogas é detentor de um estado paralelo e a Polícia Militar do Estado, em vez de cuidar da segurança pública, virou segurança particular de staffs da burocracia dos três poderes.Pior é ver a indiferença vencendo a responsabilidade e a apatia a indignação. Assim, a cada dia que as pessoas se deparam com esse deprimente quadro, há um breve espasmo de perplexidade, mas logo tudo volta ao normal e nenhuma manifestação de cobrança das autoridades é esboçada garantindo-se a incolumidade da omissão de quem foi eleito prometendo um quadro diferente do que ora apresenta, marcado pelo horror e incompetência.Creio eu, se houvesse metade da indignação demonstrada à época em que foi descoberta aquela menina na cela de Abaetetuba, certamente Simão Lorota teria outro humor e, principalmente, uma outra agenda bem diferente da que hoje cumpre, repleta de eventos marcados pela amenidade. Infelizmente, o noticiário que vende jornal, que dá audiência à matéria sensacionalista na televisão e permite ao radialista falastrão deitar e rolar no sofisma da panacéia pseudo sociológica, nesses momentos, passa como o dever burocrático cumprido e limitado a essa encenação. Cobranças mais pesadas? Nem pensar, afinal, estamos diante do 'paitrocinador' e este tem sempre razão. Lamentável!