Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

STJ investiga Perillo e Cachoeira Corte determina abertura de inquérito para apurar as relações entre o governador de Goiás e o bicheiro

A pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins determinou a abertura de inquérito para apurar as relações entre o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O requerimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) é baseado em informações colhidas pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Monte Carlo. A investigação da PF apontou forte influência da quadrilha chefiada por Cachoeira em vários setores do governo de Goiás. Alguns ex-assessores do governador tinham rádios Nextel para comunicação direta com o contraventor. A assessoria de imprensa do STJ apenas confirmou, no início da noite de ontem, que o ministro ordenou a realização das diligências solicitadas, mas não forneceu nenhum detalhe. Todo o procedimento corre em segredo de Justiça.

Assessores do ministro Humberto Martins informaram, na noite de ontem, que não estavam autorizados a passar qualquer informação sobre o procedimento determinado pelo magistrado. Dados colhidos pela CPI do Cachoeira a partir da quebra de sigilo da empresa fantasma Alberto e Pantoja Construções atestam que os três cheques repassados ao governador como pagamento pela venda de sua casa, no ano passado, saíram de uma empresa que recebeu dinheiro da construtora Delta. A empreiteira está no centro do esquema Cachoeira. Os cheques, dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil, que entraram na conta do Perillo, foram emitidos pela empresa de confecções Excitant, de propriedade de Leonardo Augusto Ramos, sobrinho do bicheiro — Cachoeira foi preso em fevereiro, na residência vendida por Perillo.

O que chamou a atenção é que o primeiro cheque, datado de 2 de março, foi compensado em 4 de abril. Nessa data, de acordo com a CPI, a Alberto Pantoja transferiu R$ 250 mil para a Excitant. O último pagamento entrou na conta do governador em 2 de maio. Outra coincidência. Naquele dia, a Alberto Pantoja, que já recebeu depósitos da Delta de pelo menos R$ 30 milhões, repassou mais R$ 400 mil para a Excitant. Exatamente o mesmo valor do último cheque recebido por Perillo.

Convocação

Em razão das denúncias, o governador foi convocado pela CPI do Cachoeira. No depoimento, em 12 de junho, Perillo admitiu que não procurou saber qual a empresa tinha emitido os cheques. “Eu não tinha bola de cristal para saber que ele (o ex-vereador Wladimir Garcez) recorreu aos patrões (pegou dinheiro emprestado com a Delta) para quitar o pagamento. Eu não tive cuidado de olhar o remetente dos cheques. Sinceramente, não sei de quem eram os cheques”, repetiu, referindo-se ao ex-vereador, que intermediou a venda da casa de Perillo.

No fim de julho, após o depoimento, a Revista Época denunciou que a Delta teria pagado R$ 500 mil de propina ao governador para que ele liberasse R$ 9 milhões em faturas atrasadas da empreiteira. Segundo relatório da Polícia Federal, logo depois de Perillo receber o dinheiro, o governo de Goiás quitou a dívida. A transação foi camuflada por meio da venda da casa onde ele morava.

Ontem, a assessoria de imprensa do governador alegou que ele e seus advogados ainda não foram notificados oficialmente sobre a decisão do STJ. Conforme a assessoria, a determinação vai ao encontro do desejo externado por Marconi Perillo, que, em abril deste ano, logo que surgiram as primeiras denúncias, procurou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e comunicou a vontade de ser investigado.

R$ 1,4 milhão
Valor da casa vendida por Marconi Perillo
(Fonte Legítima)

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