Canalhice retórica

PT e PDT são aliados históricos desde os tempos de embate contra a ditadura militar, mesmo que suas divergências não sejam desconhecidas de quem acompanha a conjuntura nacional, pois foram frequentemente objeto de um debate quase sempre respeitoso, logo, uma parceria entre os dois é coisa naturalíssima no quadro político.
No entanto, a aliança que essas duas siglas fecharam para disputar a prefeitura de Curitiba, nas próximas eleições, é objeto de autêntica canalhice retórica por parte de setores midiáticos, notadamente a rainha da velhacaria jornalística, Folha de São Paulo. Esta, recusa-se a noticiar a sigla a qual pertence Gustavo Fruet, cabeça da referida chapa, simplesmente porque ele abandonou o ninho tucano e passou para o Partido Democrático Trabalhista, considerado pelo papelucho serrista pecado mortal.
Pessoalmente, até que esses vigaristas escrevinhadores têm o direito a tal conceito contra um desafeto. Mas, quando estão cumprindo o dever que a profissão que abraçaram lhes impõe, deviam minimamente dar-se ao respeito e evitar o vômito de sandices dessa espécie. Principalmente porque não chamam Serra de ex-pemedebista, muito menos FHC.
Poderiam até alegar que não o fazem levando em conta o fato de como surgiu o PSDB, cuja condição de ex é fruto de profundas divergências com os métodos pemedebistas de fazer política. No entanto, isso é desprezível como argumento desde que PMDB e PSDB aliaram-se em São Paulo, em 2010, com os outrora todos puros(credo!) tucanos paulistas absolvendo o pecador Orestes Quércia, dando-lhe uma passagem para o céu e ficando com o mandato de senador.
Sem contar aqui no Pará, onde Jader nada de braçada no governo do tucano Simão Lorota, tudo em um clima de "felizes para sempre", sem que o abominável pasquim da família Frias faça qualquer insinuação maldosa, como faz em relação a Fruet. Lamentável!