Réquiem por uma patacoada

Não poderia ter ocorrido em época mais a caráter a dissolução do DEM, do que o período de aniversário do golpe de 64, mais precisamente o 1º de abril, quando a Presidência da República foi considerada vaga pelos golpistas, seguindo-se uma trágica aventura que tanto mal fez ao país.
Agora, passados 48 anos, vemos seu pálido sustentáculo político desmanchar-se no Código Penal com a descoberta de falcatruas praticadas por suas duas últimas vestais: Demóstenes Torres, perigoso delinquente pego em gravações operando tratativas com membros do crime organizado em familiaridade patética; e José Agripino Maia, acusado de envolvimento com a máfia da inspeção veicular de seu estado(RN), tendo esta remunerado o senador potiguar com R$ milhão.
Assim, com o desaparecimento da sigla herdeira, depois de ARENA e PFL, provavelmente não restarão membros capazes de levar em frente os escombros da ditadura militar, sendo mais certo que espalhem-se por outras siglas que lhes abram a possibilidade de transitar na órbita de alguma máquina governamental. Enquanto o vínculo partidário com esse passado sombrio desaparece definitivamente. E não deixa saudade alguma!