Brasília – A Federação Internacional de Futebol (Fifa) cancelou a visita que o secretário-geral Jérôme Valcke faria ao Brasil na semana que vem. Em comunicado oficial, a federação informou que a visita ocorrerá somente após um encontro do presidente da Fifa, Joseph Blatter, com a presidenta Dilma Rousseff. Blatter encaminhou hoje (9) uma carta à presidenta para marcar a data da reunião.
As visitas de Valcke a Recife, Brasília e Cuiabá, sedes da Copa do Mundo de 2014, agendadas para semana que vem, foram suspensas.
“O presidente da Fifa, Joseph S. Blatter, escreveu pessoalmente hoje uma carta à presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, com o objetivo de marcar uma data para a reunião acordada. Tal ato dá sequência à confirmação da reunião feita pelo ministro do Esporte em sua carta de ontem. Consequentemente, a segunda parte da visita da Fifa e do COL [Comitê Organizador Local] às sedes de Recife, Brasília e Cuiabá, liderada pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, por Ronaldo e por Bebeto, inicialmente marcada para a próxima semana, agora será reagendada para após o encontro com a presidenta Dilma Rousseff”, informou o comunicado publicado na página oficial da Fifa na internet.
O adiamento é consequência da crise que se estabeleceu nas relações entre o governo brasileiro e a Fifa por causa das declarações de Jérôme Valcke. O executivo disse que, diante dos atrasos na votação da Lei Geral da Copa e de algumas obras de infraestrutura, o Brasil parecia estar mais preocupado em ganhar a competição do que em organizá-la. Disse ainda que o país precisava de “um chute no traseiro”, de acordo com interpretação do Ministério do Esporte. Para Valcke, a frase, traduzida do francês, significava apenas que o país precisava de um "empurrão".
As declarações irritaram o governo e parlamentares. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, anunciou que não aceitava mais discutir assuntos relativos à Copa com Valcke. O secretário-geral da Fifa pediu desculpas ao governo brasileiro e alegou que foi mal interpretado. Rebelo informou ontem (8) que aceitou o pedido de desculpas, mas ainda não esclareceu se o Brasil vai aceitar Valcke como interlocutor da Fifa.
(Agência Brasil)
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