Entrelinhas

Não consigo deixar de ler um artigo dominical sequer do coronel Barbalho. É sempre bom tomar contato com aquilo que é revelado da alma dessas raposas políticas nas entrelinhas daquilo que escrevem, aparentemente com outro sentido, mas que desnudam suas cautelas na hora de agir.
Por exemplo, no de ontem, a respeito do salário dos professores, é divertido ver afirmações sob a condição do "se", a demonstrar no caso que Barbalho não bota a mão no fogo pelo aliado do momento, Simão Lorota, pois sabe que este é dado a manobras solertes que costumeiramente produzem o efeito contrário do que é declarado, daí Barbalho escrever, "um salário médio bruto de pouco mais de R$4 mil, SE adicionadas as gratificações do cargo..." Referia-se a quanto pode vir ganhar um professor, não necessariamente ao que vai ganhar.
Sabe, o escriba em tela, que há inúmeras possibilidades de tungar recursos dos contracheques dos mestres na hora de adicionar as gratificações do cargo, podendo vir a ocorrer nesse momento de adesão ao piso nacional.
Enfim, fora a propaganda enganosa a respeito de suas realizações na área da educação, o artigo de Jader é de uma cautela tucana sobre sua satisfação com a decisão do governador do estado. E aí reside a maior virtude do escrito: revelar o quanto ele(não) confia no atual governador.