Muito pior que as seguidas e deploráveis escaramuças verificadas no plenário da Câmara Municipal de Belém, sempre protagonizadas pelo mesmo vereador, são os fatos que dão causa aos tumultos. A persistir o comportamento atual dos vereadores, "muita roupa suja" ainda será lavada no tal Salão Vip, no entanto, tudo continuará como dantes enquanto adiar-se a solução do problema.
O parágrafo primeiro, do artigo 50, da Lei Orgânica do Município de Belém, determina ser incompatível com o decoro parlamentar "o abuso das prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a percepção de vantagens indevidas". Ora, um jornal de circulação diária afirma que o vereador, o tal causador dos tumultos, tem "duzentos mil motivos" para tentar colocar em votação, nem que seja na marra, projeto de sua autoria que altera o Plano Diretor da Cidade, passando por cima de todas as condicionantes legais exigidas para esse tipo de alteração, por sinal, comportamento verificado anteriormente, quando o provocador de tumultos fraudou as exigências legais à alteração de um topônimo da cidade. De tão acintoso o delito, a Câmara teve que voltar atrás e "desvotar" o que havia aprovado, mas, deixou ileso o fraudador.
Será que nossos vereadores são tão ingênuos a ponto de achar que esses "duzentos mil" são apenas motivos retóricos, sem qualquer relação com papel impresso na Casa da Moeda?
Com efeito, essa ingenuidade induz ao mesmo erro e faz empurrarem com a barriga a decisão que já deveriam ter tomado, caso quisessem realmente moralizar seu funcionamento. Talvez, fosse hora do Ministério Público abrir uma investigação a respeito do óbvio cobrando dos edis que deixem de lado o corporativismo e pensem prioritariamente na solução dos problemas da cidade, afinal, para isso foram eleitos.
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