Lorota, Barbalho e os gastos publicos

Como já foi dito aqui, o espírito natalino de Simão Lorota chegou depois do movimento dos professores que cobravam o pagamento integral do seu piso salarial. Simão bateu o pé, fez cara de austero, recorreu a um juiz prestativo, que abraçou seus argumentos e ameaçou com mais tunga, caso os já tungados não voltassem à sala de aula.
Agora, o bom velhinho da barbicha branca parece retribuir a bonomia daquele juiz e retribuiu dando sinal verde à perdulária Alepa criar, no âmbito do Poder Judiciário, 111 cargos de Direção e Assessoramento Superior(DAS), aqueles para os quais não precisa concurso público, basta o q.i.(quem indica) para ser preenchidos. E ainda foi aprovado um aumento de quase 30%, para esses cargos ditos de livre provimento, diferenciado dos demais servidores daquele Poder, que ficaram apenas nos 8% de maio último.
Curioso que, no âmbito federal, após a visita da cúpula pemedebista ao presidente do STF, este achou a fórmula mágica para ungir o dono do PMDB do Pará ao Senado federal e a empregou com êxito, imediatamente. E, imediatamente, também os pemedebistas passaram a defender o reajuste do Judiciário, pleito antigo do presidente Peluso que sempre tem levado um chega pra lá de Dilma.
E, pelo jeito, vai levar mais um , a julgar pelas declarações da presidenta, ontem, em café com jornalistas, de que " Conceder reajuste salarial para o funcionalismo no atual cenário, em que a crise atinge dimensões mundiais, ameaçaria o equilíbrio econômico".
Quer dizer, se Peluso e a cúpula pemedebista combinaram entre si aprovar o tal reajuste, como especulam alguns jornalistas, não combinaram com os russos, ou, no caso, com a búlgara, disposta, como se constata, a vetar a bonomia dos parlamentares pemedebistas ao Poder dirigido pelo ministro Cezar Peluso.
Se o presidente do STF já cumpriu com sua parte no trato, o PMDB, ao contrário, está longe de demonstrar forças para cumprir a sua. E nem poderá devolver o que recebeu, pois Barbalho até já tomou posse. É o que dá fazer cortesia com o chapéu alheio, como se acordo de cavalheiros fosse. Aguardemos o desfecho, já que esse imbroglio ainda promete muito mais lances.