A instabilidade conveniente da Futrica Barbálhica(Diário do Pará)

Ontem, o Repórter Futrica(Diário) dizia, "se mobilizar o bloco de sustentação, o governo não terá susto para aprovar o projeto das parcerias público/privadas". Já, hoje, "Aconselhado por aliados a não colocar na pauta da votação de ontem o projeto das PPPs, o governo recuou taticamente e transferiu para fevereiro de 2012, no início do ano legislativo, a polêmica com a oposição. decidiu convocar audiência pública para legitimar e adequar a proposta estadual à lei federal sancionada para terceirizar serviços da administração pública. Sob fogo cerrado do PT e PSOL, historicamente antiprivatistas, governistas apostam que, ao clonarem a legislação federal petista, retiram bandeiras e apitos dos manifestantes."
Ou seja, o jornalismo de fancaria praticado em grande parte daquele papelucho faz um tremendo contorcionismo para admitir que um projeto daquela importância ia virar lei à revelia da população, esta a maior vítima de atos tresloucados como já havia acontecido com a venda da Celpa, e que corria o risco de repetição caso fosse aprovado ontem da forma como estava redigido o desastrado projeto. Ao admitir a necessidade de uma audiência que seja realmente aberta ao público, fica claro que a participação popular foi fundamental para o tal "recuo tático", ao contrário do que sugere a infeliz nota do Repórter, que tenta mostrar uma força que o governo demonstrou não ter, pelo menos nesse caso.
Quanto à clonagem, se o governo tucano não estivesse ainda tão contaminado pelo combalido vírus do neoliberalismo, contaminando a reboque o PMDB paraense, já teria tido a humildade de fazer tal cópia e evitado o desgaste de ontem, afinal, como o próprio título do projeto alude, trata-se de uma "parceria" e não submissão do interesse público aos interesses particulares de quem quer lucrar explorando o povo. Curioso que, até pouco tempo atrás, a Futrica Barbálhica(Diário do Pará) sabia direitinho essa lição. Basta fazer o resgate das matérias a respeito do episódio em que D. Costa queria transferir a concessão do abastecimento da água de Belém para a Sabesp. Já que o jornal vive a fazer resgates, que tal resgatar essas matérias?