Eu já sabia!

Esses dizeres, que sempre aparecem cartazes quando o resultado já está definido durante finais de campeonato, podem muito bem ser aplicados no caso da Celpa, tudo indica, posta novamente à venda por atravessar dificuldades financeiras.
Desde quando a ANEEL passou a fiscalizá-la com mais rigor e atestou que prestava o pior serviço de distribuição de energia do país, aqui em nosso estado, sendo até acusada pelo ex-secretário de Ciência e Tecnologia, Maurilio Monteiro, de travar o nosso desenvolvimento, a Celpa teve desnudada sua incapacidade de dar conta do atendimento a todo o estado do Pará. Primeiro, fez uma grande campanha contra os famosos "gatos", como responsáveis por todos os seus males, balela posteriormente desmentida pelos fatos, tanto que a empresa abandonou a desastrada campanha e partiu para a tentativa de capitalização da empresa.
A tal capitalização não passou de mais endividamento e agora é chegada a hora de saldar esses débitos. Como parece não haver recursos para tal, o jeito será passar adiante o controle acionário. Sabe-se que Eletronorte, BNDES-Par já controlam 49% da empresa e boa parte dessas ações são oriundas de dívidas. Diante dessa situação, é possível que a Celpa volte a ter controle acionário do poder público só com a execução das dívidas contraídas por aqueles que juravam que a privataria tucana significava uma nova era de gestão.
Qual nada. O desfecho desse caso derrubará um dos maiores mitos criados durante a euforia neoliberal e sepultará de vez o único legado deixado pelos tucanos ao país: a entrega do patrimônio construido pelo povo brasileiro ao capital privado a preço vil foi o pior desastre administrativo do país, nesses mais de cinco séculos de existência.