Diante do avanço da esquerda na política brasileira, o PT tem a maior bancada da Câmara Federal; o PSB elegeu vários governadores, inclusive no Nordeste, outrora reduto inexpugnável do coronelismo oriundo da UDN; o PCdoB ocupa espaços institucionais de dar água na boca de muita gente, PMDB e DEM ensaiam uma aproximação com o claro intuito de conter esse avanço sobre prefeituras do interior, estas sabidamente bunkers eleitoreiros desse coronelismo. Não por acaso, é o PMDB o partido com o maior número de prefeitos e vereadores do país. A perda disso poderá representar a fragilização irreversível de uma parcela que se mantém no poder há décadas através do controle dessa força oculta.
Assim, a dita aproximação nada mais é do que um movimento entrópico em que a passagem do calor de um corpo a outro visa exatamente o aumento do volume, isto é, a hegemonia pemedebista e a sobrevivência dêmica dependem, nesse momento, dessas "trocas" de calor.
Segundo o colunista do Globo, Ilimar Franco, já há conversas dessa parceria(PMDBxDEM) em São Paulo, Salvador , Natal, Recife e Campo Grande. Isso só nas capitais. Imagine quando formos para os rincões mais distantes do país e a máquina do partido do vice-Presidente da República baixar como o elixir revigorante à disposição dos moribundos demistas. Provavelmente, provocará o revival da retórica mais reacionária entoada em meados dos anos 80 e exacerbará o discurso estilo Tea Party, entoado por Serra e aliados na campanha de 2010.
Qualquer êxito relativo que esse nostálgico projeto alcance pode nos proporcionar o enfraquecimento tucano para 2014, o que abriria a possibilidade da temporada de trairagens bombar com Serra, sem espaço no PSDB, vir candidato a presidente pelo PSD de sua cria Kassab, Sérgio Cabral esquecer tudo que Lula fez pelo Rio de Janeiro governado por ele e lançar-se também candidato à presidência, apresentando o seu "Capitão Nascimento", José Maria Beltrame, à sua sucessão e rompendo acordo com o PT, que não lançou candidato em 2010 para apoiá-lo.
Enfim, percebe-se que o pragmatismo eleitoral começa a tomar conta das conversas e projetos para o futuro próximo. Nele, não há espaço para contemporizações sentimentais, mas, somente considera ator principal quem apresenta o único dote que encanta esses nubentes políticos: o domínio de currais eleitorais onde estão entesourados os votos. Diante do evidente enfraquecimento "patrimonial" dos tucanos, tudo leva crer que o coronelismo de barranco deverá migrar, com todas as suas tralhas, para os braços do mascate bem sucedido, PMDB. Ainda que este seja conhecido por todos pela sua incorrigível poligamia.
Um comentário:
Maior bancada de vampiros,isso sim!
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