Quem já milita há muito tempo na política não tem o direito de confundir lideranças políticas, aquelas que fazem parte de um partido ou segmento partidário, que estão sempre à frente das batalhas que esses segmentos ou partidos costumam travar. Exercem clara posição de liderança, mas suas figuras não são maiores do que as massas que lideram.
Diferem dos que exercem papeis de reis momos, esses geralmente são únicos dos contingentes que lideram, daí o exercício de múltiplas tarefas, tais como presidir o partido, candidatar-se aos cargos majoritários, servir de porta-vozes, enfim, são a própria fisionomia daquilo que comandam e sem eles seus liderados não passam de um bando de sebastianistas à espera de seu rei; assim como os coroneis, aqueles que ditam as regras de seus partidos condicionando-as aos seus interesses particulares. Muitas vezes, coroneis e reis momos confundem-se, no entanto, os papeis exercidos pelos primeiros parecem guardar bem mais semelhanças com a nossa "República Velha" na medida em contribuem para manter vigentes muitos dos paradigmas daquele período.
Por isso, soa estranho que uma pessoa que deixou sair de si um projeto bem mais contemporâneo e passou a fazer apologia das "lideranças" aprioristicamente consolidadas como avanço. É como confundir o trágico aborto com o parto natural e ocultar o trauma provocado por um dos acontecimentos.
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