Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A autofagia explica

Esse imbroglio interminável, que ora ocorre na OAB, insere-se definitivamente na nossa vasta história autofágica que destruiu reputações, ceifou carreiras em diversos setores, mas, principalmente, contribuiu largamente para frear nossas possibilidades de hoje ser um estado da federação brasileira com outro status econômico. Não faço nem referência aos deslumbrados do início do século passado, que assistiram passivamente os ingleses piratearem para Malásia o látex que nos fazia um dos estados mais ricos do país, muitos deles pagaram com a perda da fortuna pessoal por serem parvos e colonizados.
Há exemplos mais gritantes da troca do todo pela parte, na vã esperança de que a concentração da riqueza em poucas mãos provocasse aquele surto de prosperidade geral, advindo de uma fantástica generosidade praticada por poucos aquinhoados pelas mãos generosas de um governo autoritário.
Foi assim que um "ilustre paraense por adoção" omitiu-se criminosamente quando um colega de farda, em nome de um novo modelo econômico que os golpistas estavam nos impondo em 64, deixou que destruissem o que existia do nosso modal de transporte ferroviário, sabidamente mais barato que o que estavam querendo nos impor, e, aquela altura, o melhor meio de ligação entre a capital e nossa região nordeste. Hoje, graças ao que nos enfiaram goela abaixo, temos as piores estradas do país e uma das cestas básicas mais caras, por conta do alto preço do transporte que nos traz os alimentos. No entanto, "o paraense" de que falamos acima, galgou todos os postos relevantes da política nacional, exceto a presidência da República.
Mais recentemente, assistimos membros da Câmara Alta representantes do nosso estado contribuirem com sua omissão, tão criminosa quanto à do "paraense por adoção", para que Belém fosse preterida enquanto uma das sedes da Copa do Mundo. Mais uma vez, o todo foi sacrficado no altar dos interesses politiqueiros da parte, que tinha meios de traficar influência para impedir a escolha porque, avaliavam esses nossos representantes, a escolha de Belém beneficiaria uma desafeta política. E assim deu-se a punição do torcedor mais apaixonado por futebol de toda a região porque alguns de seus "representantes" queriam punir alguém que não rezava por suas cartilhas.
Com a OAB ocorre o mesmo. Foi preciso que um paraense chegasse ao cargo mais alto da entidade para que fosse decretada intervenção nacional em uma das seccionais. E o foi justamente na de origem do mandatário máximo. Pior, tudo concretizado através de um rito quase sumário, sem chances de defesa e diante de uma situação que tende a agravar-se na medida em que as ferids que vão se abrindo apontam para a existência de um organismo putrefato, já há muito mais tempo do que o da constrangedora intervenção.
Na prática, por pura maquinação politiqueira, paralisa-se uma entidade que sempre esteve ao lado da sociedade civil e que deu ao país alguns dos mais notáveis defensores da consolidação do nosso estado democrático de direito, como foram Sobral Pinto e Raymundo Faoro, fazendo-a chafurdar no terreno pantanoso das desapropriações malsinadas, demolições escabrosas de imóveis de sua propriedade, a má utilização de recursos da entidade através do uso de tenebrosos cartões, a recorrente falsificação de assinaturas e tudo verificado no nosso território e depois tornado escândalo nacional.
Infelizmente, parece que essa situação está longe do seu término. Porém, seguramente já temos pelo menos uma conclusão definitiva desse epsidódio. Depois da desastrada e conturbada passagem de Ophyr Cavalcante Jr. pela presidência nacional da OAB, tão cedo outro paraense terá condições de almejar aquele cargo. lamentável!

Um comentário:

Anônimo disse...

Pelo contrário Jorge. A OAB cortando na carne, da provas de que ainda merece o respeito da sociedade civil. Pior seria, se não fizesse nada para frear a pilantragem que estava acontecendo aqui no Pará. Os proximos a comandarem a OAB por aqui, vão tomar mais cuidado para não cometerem deslizes eticos e criminosos.