De sonhos e pesadelos

Assombrado com a dureza do ministro Joaquim Barbosa, Barbalho sonhou com uma (im)provável bonomia do ministro Luís Fux, só porque este deu seu voto decisivo invalidando a aplicação da Lei da Ficha Limpa, por conta do respeito ao princípio da anualidade na sua aplicação para as eleições de 2010. Rechaçado por Fux, que em recente decisão barrou pela quarta vez a pretensão de Jader assumir uma cadeira no Senado Federal, o dono do PMDB paraense agora coloca todas as suas esperanças nas mãos do ministro Ricardo Lewandowsky.

Pode ser que venha aí mais uma expectativa frustrada e o Senado continue longe de Barbalho. Lewandowsky é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, tendo sempre contribuído com sua voz e voto para que o paraense fosse sempre derrotado. E na votação do STF em que a Lei da Ficha Limpa foi considerada inaplicável ao último pleito, Lewandowsky foi um dos cinco que votaram contra o entendimento que prevaleceu por força dos seis votos obtidos.

Portanto, é bom que Jader vá se preparando para o pior na medida em que a decisão do STF não significa adesão mecânica àquela decisão. Como ensinava Kant, "um juízo é a afirmação ou a negação da realidade de um objeto pela afirmação ou negação de suas propriedades", logo, tanto a procedência do reclamo barbálhico quanto seu oposto estão no horizonte interpretativo da lei.