A propósito, o resultado do jogo foi 2x0 pro Fluminense contra o Internacional com Rafael Moura marcando um dos gols(de pênalti) e tendo boa atuação, como, de resto, quase todo o time, demonstrando que a fofoca do "bigodudo" não abalou a equipe de Abel Braga.
É evidente que um jogador deve ter cuidados com sua saúde e seu preparo atlético, mas é notório também que o mundo do futebol sempre conviveu com craques excepcionais que nunca desperdiçaram uma boa "noitada", demonstrando a possibilidade de coexistência entre o exercício da profissão e os ditos prazeres da vida, vide os casos de Maradona e Eric Cantona, para não citarmos apenas brasileiros, o que levaria alguém a pensar que trata-se de fenômeno tipicamente nacional.
Por isso, mestre João Saldanha sintetizou magistralmente essa convivência quando redarguiu um dirigente botafoguense que ponderava a temeridade que seria a contratação de um determinado jogador para o clube por ser o dito atleta um assíduo frequentador da night carioca. Saldanha disse, "não quero ele pra casar com a minha filha, mas pra fazer gols e isso ele sabe fazer como poucos". Resultado, Botafogo campeão daquele ano.
Já que o texto ficou longo, vamos prosseguir. Em 1986, o provinciano Telê Santana resolveu cortar da Seleção Brasileira o lateral flamenguista Leandro "Peixe Frito", da mesma estirpe dos lendários Djalma Santos e Carlos Alberto Torres, por ter chegado bêbado na concentração. Renato Gaúcho que ajudou o trôpego Leandro a pular o muro da concentração, já que foi o único da "barca" a assumir que a mesma singrou pelas noites mexicanas, em solidariedade também pediu pra ser cortado ao que Telê atendeu, efetivando Josimar e Paulo Isidoro, que estavam mais pra Cafuringa que pra Ronaldinho. A consequência foi a eliminação do Brasil pela França em disputa de pênaltis, com um dos convertidos pelos franceses batendo na trave e depois na costa do goleiro Carlos e entrando mansamente no gol brasileiro, comprovando que os deuses do futebol não perdoam mesquinharias.
Poderiam, os moralistas de plantão, citar o exemplo patético de Mané Garrincha, porém, para o bem e para o mal, este é um caso único na história passada, presente e provavelmente futura do futebol mundial que pouco ajuda a desvendar esse misterioso romantismo que permeia a relação futebol/farra, capaz de proporcionar arroubos que encantam as plateias, mas, também, ceifaram muitas carreiras promissoras mantendo intacta a sensação de encantamento e frustração.
2 comentários:
Valeu camarada porrada nesta turma de feitores.
Jorjão, muitos técnicos de futebol, amaparados por seus DMs, acham que o sono prejudica mais o desempenho do jogador que umas e outras cedo da noite. Pode ser. Vi, por exemplo, o Waldemar Carabina, então ténico do Coritiba, que era um timaço, autorizar vários altetas a ingerir vinho durante e depois do jantar,na concentração do time. Tanto o Zezé quanto o Aymoré Moreira me disse que não aconselhavam ninguém a beber, mas que faziam vista grossa quando um jogador chegava cheirando a bebida. Convive algum tempo com o João Saldanha, mas nunca perguntei isso a ele. Aqui no indivisível Grão-Pará, conheci um ex-jogador que admitiu que só entrava em campo depois de tomar um pequeno copo de cachaça. Era o Manoel Pedro, do PSC. Outro dia, conversando na Curuzu com o Mubarack (não é aquele do Egito, não, com o Quarentinha e outros veteranos, voltaram a confirmar essa história. Quando conheci o Manoel Pedro ele já era porteiro da Curuzu. E o negão Alcino? Mas o melhor mesmo é não beber, inclusive no caso dos boleiros de fim de semana.
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