Diga aí, qual foi a última vez em que você ouviu um "desculpem-nos" da imprensa brasileira?
Provavelmente nunca, não é? Ah, se nossa mídia tivesse vergonha na cara. Se nossos anunciantes ligassem para o que é ético, e sobre não associar sua imagem a uma empresa que comete crimes contra a honra e de outra natureza.
Infelizmente temos muito a caminhar neste quesito.
Esta notícia da Gazeta do Povo fala que o tablóide News of the World parou de circular porque os anunciantes rescindiram os contratos, baseados no fato de que se tornou público que o jornal grampeou ilegalmente algumas pessoas. E vejam, não é um jornal de um grupelho qualquer, é um jornal de Rupert Murdoch, dono da Fox News e do New York Post, por exemplo.
Já aqui no Brasil, a Veja falsifica entrevistas, inventa grampos, faz e desfaz (só contra quem ela não gosta, por óbvio), e nada acontece. Aqui no Brasil se torna público que a Folha emprestava carros para os torturadores da ditadura militar transportarem seus torturados sem darem bandeira, e nem um pedidinho de desculpa. Aqui O Globo faz um editorial elogioso ao golpe militar que mutilou e desapareceu com milhares de pessoas, e tudo fica por isso mesmo. Pior, ainda se passam por vestais, donos da moralidade pública.
Aqui a "maior" televisão do país falsifica na cara dura o resultado de um debate para eleger seu candidato predileto à Presidência do Brasil, candidato esse que confiscaria a poupança de cada cidadão, e cometeria outros absurdos.
Aqui a mídia em geral acaba com a reputação de muita gente e no máximo o que se consegue é uma pífia indenização obtida na Justiça, as vezes de 20 mil reais, que não cobrem sequer os custos da demanda judicial e do desgaste em razão de tamanha desonestidade.
O que falta no Brasil é comprometimento. Primeiro da sociedade. Se um jornal, revista ou TV é sabidamente desonesto, caberia ao público não mais lhe prestigiar. Ao invés disso, o povo continua ligando na Globo, lendo a Veja ou o Estadão, sabendo do que ela já fizeram contra esse país e seus cidadãos.
Falta também noção para as empresas. Ao invés disso, continuam colocando sua marca em uma publicação que é reconhecidamente fascista e defende ideais eugenistas, disfarçadamente.
E falta por fim, vergonha na cara dessa gente, que na figura de criminosos travestidos de jornalistas, jogam na lama a reputação de muita gente, sob o pretexto da liberdade de informação, mas com o único intuito de obter vantagem. Seja financeira, seja de outra monta.
(Anais Políticos)
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