É fundamental o pedido de quebra do sigilo bancário da Assembléia Legislativa, a partir de 1994, solicitada pelo juiz Elder Lisboa Ferreira da Costa, da 1ª Vara de Fazenda da Capital, na medida em que passará a limpo um amplo período da história daquele Poder, inclusive permitindo entender o porquê de certos "formadores de opinião", em algum momento, defenderam coisas que hoje soariam tão insólitas.
Mas é preciso que isso não vire um baile da saudade, tão a gosto de certos nostálgicos ávidos para desviar o foco do principal dessa investigação, evitando a evolução no tempo da investigação a respeito do uso doloso da folha de pagamento da AL para pendurar despesas privadas, aí incluidas aquelas gastas em campanhas políticas.
Outrora, essa mesma Assembléia já deu mostras que corta na carne despesas de origem ilegal, quando puniu com rebaixamento de categoria funcional, e até demissão, servidores que utilizaram-se de documento de escolaridade falsificado para usufruir gratificações.
Agora surge outra oportunidade de se passar novamente a Casa a limpo. Só que agora a coisa é mais grave porque há indícios da participação de muitos parlamentares beneficiando-se de esquemas criminosos tocados por funcionários.
Lamentavelmente, temerosa de que ocorra um racha que a imploda, a maioria governista prefere fazer proselitismo contra abertura de uma CPI deixando os deputados estaduais à margem do processo. Inusitadamente Polícia Federal, Polícia Civil, ministérios públicos, Estadual e Federal, Câmara Federal e Receita serão atores nessa investigação, porém, os representantes do próprio poder investigado, não. Uma pena, afinal, tudo aquilo que está sendo anunciado como providência tomada pela presidência pode não ser suficiente e virar letra morta assim que a poeira desse tufão sentar, principalmente por tratar-se de medida autocrática, perdendo-se ótima oportunidade de tomar medidas conjuntas, a partir de um esforço conjunto. Paciência!
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