Ódio do ensino público, boicote ao ENEM

Nos tempos de FHC, o ENEM chegou ao máximo de 157 mil inscritos. Para o realizado no último final de semana foram 4,6 milhões de inscritos. Como bem frisa o jornalista Paulo Henrique Amorim, o ENEM é a porta de entrada do pobre na universidade pública, por isso provoca tanto incômodo na indústria dos cursinhos que prepara os filhos da burguesia para ocupar essas vagas.
Isto explica o estardalhaço feito pelo PIG(Partido da Imprensa Golpista) contra o aludido exame, batendo forte na tecla da anulação em reforço ao desgaste sistemático que vem operando desde que esse critério de seleção tornou-se relevante para o país e contrariou interesses secularmente consolidados.
Na verdade, ainda segundo informa PHA, apenas 0,04% dos inscritos podem ter sido prejudicados pelo erro detectado nos cartões resposta, ou seja, de 4,6 milhões de inscritos o problema foi verificado em cerca de dois mil cartões, logo, o uníssono depreciativo do PIG tem o patrocínio do ensino médio privado e sua indústria de ocupação das vagas nas universidades públicas para os alunos de escolas privadas, cujo exemplo mais estarrecedor deu-se em São Paulo quando a gráfica da Folha de São Paulo vazou o conteúdo do exame no ano passado e, ato contínuo, o então governador José Serra tirou as universidades públicas daquele estado do ENEM, sob os aplausos do sr. Di Gênio, proprietário da rede Objetivo de cursinhos.
Espera-se que a opinião pública mereça do MEC esclarecimentos pertinentes, bem como a manutenção firme e resoluta desse critério democrático de ingresso na universidade.