Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 3 de outubro de 2010

Redenção mambembe

Francisco Weffort era um dos mais respeitáveis e influentes intelectuais que militavam no Partido dos Trabalhadores, mas quando FHC elegeu-se Presidente, em 1994, no dia seguinte à posse lá estava Weffort nomeado Ministro da Cultura de um governo que ele passou a campanha combatendo. Portanto, nem sempre a sucumbência à tese hegemônica significa o acerto desta, mas, frequentemente tem o condão de desnudar comportamentos pusilânimes.
Por isso, quando Elio Gaspari exalta as qualidades do livro que o jornalista Raimundo Pereira vai lançar, intitulado "O escândalo Daniel Dantas", nada mais faz do que a defesa escancarada dos seus aliados tucanos, que chancelaram todas as bandalheiras daquele que é seguramente o maior assaltante dos cofres públicos de nosso país.
Muito do que Pereira publica não é novidade, pois já apareceu em forma de reportagem na revista Brasil de Fato, e faz parte do cipoal de argumentos esgrimidos pelo também petista mas aliado de Dantas, Luís Eduardo Greenhalg. São absurdos que dissimulam as manobras do banqueiro para fazer reféns os fundos de pensão e utilizar seus recursos para capitalizar o Opportunity de Dantas e permitir seu controle gerencial sobre o sistema de telefonia privatizado garantindo, com isso, recursos para o projeto de Sérgio Motta, de domínio tucano na política brasileira por 25 anos.
Pereira e Greenhalg transformam esse banditismo em coragem para enfrentar os grandes conglomerados multinacionais do setor, conservando uma genuína gestão nacional daquele setor.
Dantas, ao contrário do que defendem seus escudeiros, perdeu todas, absolutamente todas as ações em que foi réu, tanto as que tiveram a finalidade de apeá-lo do comando do sistema telecom quanto as que denunciaram que ele ali chegou valendo-se de artifícios escabrosos e à margem da lei.
Diante disso, percebe-se que o lançamento do citado livro revela mais a metamorfose do autor, outrora um combatente em favor da causa da "utopia socialista" e hoje apenas alguém que escreve como mero praticante de uma atividade mecânica remunerada, do que trás algo esclarecedor de um vergonhoso episódio de nossa história, por sinal, já devidamente esclarecido e tramitando na justiça, só não permitindo punir os culpados graças aos meios que as elites têm para fazer travar a justiça quando lhes é conveniente.
Quanto a Gaspari, trata-se de mais um tiro n'água que dá, na sua inglória missão de sacralizar o tucanato.

Um comentário:

Anônimo disse...

Raimundo Pereira escrevendo na Revista Brasil de Fato? Não existe tal revista. Brasil de Fato é um jornal e Raimundo Pereira escreve e dirige a Retrato do Brasil. Percebe-se que tem acompanhado bem o trabalho do Raimundo e da imprensa popular, para criticá-lo e classificá-lo como mais um vendido.