Nesse momento, a rodovia que liga Parauapebas a Curionópolis já se encontra parcialmente desobstruída, graças ao "gabinete de crise" criado pela governadora Ana julia que garantiu a negociação entre o MST e os fazendeiros ligados a fazenda Samambaia, objeto de conflito pela sua posse que levou o Movimento a obstruir aquela rodovia. Por sinal, os fazendeiros já se retiraram e os sem terra ocupam apenas metade da pista, o que permite o fluxo do tráfego.
Mais uma vez, prevaleceu a negociação e a correta atitude governamental de tratar lados opostos de forma igual, sem discriminar A ou B. Assim, evita-se derramamento de sangue, bem como é garantida a prevalência da força da lei em vez da lei da força, como era comum até 2007.
Um comentário:
Deu no Blog do Hiroshy Bogéa:
Nota do blog: poster encontra-se, neste momento, em Curionópolis, deslocando-se a Fazenda Samambaia, para acompanhar a movimentação de sem-terras e fazendeiros. Qualquer fato novo, informaremos aos leitores do blog.
atualização às 17:44
Poster abandonou o front do quase-confronto, em frente a Fazenda Marambaia, retornando a Curionópolis, para soltar algumas informações:
1- O clima já esteve mais tenso, no início da tarde, agora se vive a expectativa do resultado da reunião que ocorre no gabinete do prefeito Darci Lermen, em Parauapebas, entre representantes dos fazendeiros, sem-terras, Incra, governo do Estado, e os prefeitos Darci e Wenderson Chamon, de Curionópolis;
2- Alarme da ameaça de invasão de algumas fazendas ocorreu na sexta-feira. Imediatamente, fazendeiros de mobilizaram e, em número de oitenta, seguiram em direção a Parauapebas, saindo de Curionópolis, pela Pa-275, com intenção de bloquear a passagem cerca de dez ônibus transportando sem-terras supostamente programados para invadir diversas propriedades do entorno;
3- Houve o encontro dos antagônicos, com o fechamento da rodovia pelos fazendeiros e reações agressivas de quebradeira de alguns ônibus. Houve corre-corre e a formação de "barricadas" em pontos opostos da estrada.
4- Um dos principais mobilizadores dos sem-terra é Charles Trocate, coordenador regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que se encontrava foragido com prisão decretada, suspensa, posteriormente pelo Tribunald e Justiça do Estado;
5- Do lado dos fazendeiros, o comandante-em-chefe é o pecuarista Jota Capota, que assumiu as rédeas do movimento de reação. Foi ele quem agiu com rapidez, convocando demais proprietários, para o meio da rodovia.
6- À noite, cada grupo posicionado como senpreparando para o confronto armado, ensariaram escaramuças variadas, com ameaças explícitas de ataque. A coordenação dos sem-terras, imediatamente, trataram de pedir reforço em alguns acampamentos próximos. Enquanto isso, os dois lados começaram a ingerir bebidas alcoólicas.
Do lado dos sem-terra, hoje pela manhã deu para flagrar garrafas de cachaça espalhadas no local onde se encontram.
Os fazendeiros honraram os crifrões que possuem consumindo uisque, como que se dopando para a guerra final.
7- O governo do Estado enviou, ainda na madrugada, uma comissão de mediação para tentar negociação. O confronto só não ocorreu, por todo o dia de hoje, pela pronta intervenção da PM, cujo oficial escalado para conversar conseguiu acalmar as partes em conflito.
8- Durante todo o dia de hoje, num carro de som postado à beira da estrada, a coordenação do MST tem deixado claro que a intenção não era invadir as fazendas, mas posicionar-se ao largo da Curva do S, em Eldorado dos Carajás, exigindo o atendimento de reivindicações que o Incra posterga há meses.
9- As negociações em busca de um acordo, dentro da prefeitura de Parauapebas, prosseguem. O MST promete seguir até a Curva do S, marchando pela estrada, a fim de cumprir sua agenda de presssão.
Poster retorna agora à área conflitada pra saber se ja foi acordado algum termo.
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