Festa inútil

Pelos cálculos feitos por economistas carioca e capixabas, a Emenda Ibsen Pinheiro/Humberto Souto, que redistribui os royalties do petróleo da camada conhecida como pré-sal, aprovada esta semana na Câmara Federal, retira do Rio mais de R$4 bilhões de receita e quase meio bilhão de reais do Espírito Santo, os dois estados que mais produzirão petróleo naquela camada, comprometendo seriamente suas finanças.
Diante dos dados, começa um movimento para reformar a decisão da Câmara quando esta chegar ao Senado, já havendo manifestação de senadores de diversos partidos nessa direção, o que não é tão fácil dado o desgaste político que pode provocar na medida em que enseja a acusação de terem os senadores votado contra os interesses de seus respectivos estados argumentação, por sinal, bem mais simpática em ano eleitoral do que a real situação em que estão no Rio e Espírito Santo 80% dessas reservas petrolíferas. Como royalties são compensações aos impactos causados por esse tipo de exploração nas regiões onde ocorrem, então, é lógico que a maior compensação deve ficar com os maiores produtores. Se o Senado não reformar, resta ainda a possibilidade de veto presidencial.
Fica a lição de que alguns pemedebistas nem no câncer são solidários, conforme se pode notar pelas reações diametralmente opostas de Sérgio Cabral Filho e Hélder Barbalho.