É digna de todos os elogios a atitude da Escola de Arquitetura da UFPA, em solicitar o tombamento do Pórtico do Estádio "Evandro Almeida". Ali está guardada uma boa parte da história do futebol paraense. Foi lá que Alcino, um desconhecido egresso do Madureira, estreou contra a Tuna fazendo o gol da vitória, em amistoso de apresentação do jogador(1972), e depois tornou-se o mais popular jogador de uma equipe que viria a representar o futebol paraense com grande dignidade, virando ídolo em uma época que jogador de futebol era visto sob o olhar preconceituoso por uma parte da sociedade, dada sua origem humilde.
E foi ali, também, o palco de uma das vergonhosas cenas do futebol paraense quando o então presidente do Clube do Remo, inconformado com a validação do gol que daria a vitória ao Paissandu, depois do árbitro Romualdo Arpi Filho(falecido) ter anulado dois gols bicolores legítimos, agrediu o bandeira Darcei Lucas com uma bofetada no rosto que ecoou por todo o estádio exigindo a marcação de impedimento. Como era deputado federal da ARENA, partido oficial da ditadura militar vigente, Ribeiro não foi moletado pela polícia e, ao contrário, postou-se no meio de campo de forma ameaçadora até que bandeirinha e juiz voltaram atrás e esboçaram a anulação do gol.
Aí foram os jogadores do Papão que não se conformaram e, sem querer, provocaram uma grande manifestação contra o regime ao chamar a torcida para invadir o gramado, sendo prontamente atendidos, virando o campo de jogo campo de batalha com muitos feridos de lado a lado e muita gente presa.
O jogo não terminou, mas o 0x0 imposto pela truculência da ditadura militar serviu também para mostrar a força popular quando se levanta.
6 comentários:
Conversa,
O Dr. Manoel ribeiro foi um grande diretor e no tempo dele todo mundo tinha que respeitar o Leão.
Mas hoje ele não faria o que fez nos tempos da "redentora". O episódio aqui citado ninguém me contou, eu vi. Assim como ouvi um narrador, hoje comentarista, culpar o Roberto Bacuri pelos incidentes por este ter incitado a torcida do Paissandu a invadir o gramado, no que foi prontamente atendido.
Certamente, o narrador em questão devia estar se borrando de medo do Manoel Ribeiro, que já havia agredido físicamente outro narrador dias antes. Era um mastim da ditadura que a democracia, felizmente, se encarregou de tirar de cena.
Ei, meu caro professor (de ...). Saíste da torcida da Tuna? Vão ficar lá só raul e o marcos moraes?
Um abraço.
Meu caro r..., fui atleta cruzmaltino, gosto muito da Transportiva, mas sempre fui bicolor.
Um abraço, aparece.
Calma, Humberto, briguem vocês por lá, a Tuna não se mete em futrica, não. Nós cruzmaltinos, somos poucos mas somos felizes, né Daniel Veiga?
Humbertinho,
Esqueceste o ínclito professor João Raimundo, o Cãndido e o Elias Pinto Jr. Estás ficando velho e perdendo aquela memória de velha fofoqueira.
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