Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Virão mudanças?

Na 4ª feira passada, a SEDUC fez publicar, no Diário Oficial do Estado, uma Resolução do Conselho Estadual de Educação dispondo sobre a regulamentação e a consoliação das normas aplicáveis à educação básica. Trazendo como propostas, dentre tantas, o preparo do alunado para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, tendo como base o acesso em igualdade de condições, liberdade de aprendizado, ensino e pesquisa, pluralismo de idéias, gratuidade, gestão democrática e vinculação entre a educação escolar, trabalho e práticas sociais.
Chama a atenção, ainda, a meta bastante ambiciosa do curriculo do ensino fundamental, contendo a obrigatoriedade de nele constarem conteúdos a respeito de direitos das crianças e dos adolescentes, língua estrangeira, educação ambiental, estudos paraenses, informática, educação para o trânsito, filosofia, sociologia, informação sexual, educação para a cidadania, política de igualdade(p ex, racial e social) estética da sensibilidade etc...
Depois de décadas de currículos pautados em conteúdos abstratos, que apartavam o mundo da escola do mundo vivido pelo discente, principalmente aquele oriundo das classes sociais subalternas, pois esses currículos privilegiavam o ensino do que interessava às elites temos, finalmente, uma proposta que elenca temas tabus para as classes dominantes, porém familiares ao dia a dia do conjunto da população, colocando como nunca antes a perspectiva real da democratização da escola brasileira.
Colocá-la em prática é um desafio, como bem ilustra uma carta publicada hoje na coluna do jornalista Elias Pinto. Mas, é de desafios que deve viver a educação em um país que tem 510 anos. Mas, seu Ministério da Educação menos de cem.

3 comentários:

BELÉM LIMPA X BELÉM SUJA disse...

Prezado Blogueiro!
Este debate sobre conteúdos de fato é muito necessário e podemos considerá-lo até fundamental para que nossas crianças cresçam com esse exercício de cidadania, efetivando seus direitos na prática. Mas, é fundamental, também (pegando carona na sua crítica) que se pense nos espaços da Universidade, sem medo dessa classe média medíocre, que paga escolas caras, caríssimas, para que seus filhos penetrem nas universidades públicas. Essa democracia é uma farsa e a UEPA, que é Estadual, deveria repensar o PRISE e destinas vagas às escolas públicas. Os riquinhos é que passem a se matricular nas particulares. Quando isso acontecer, os conteúdos das escolas públicas, que formam cidadãos críticos e não robôs, podem até servir para o sucesso escolar e a chegada de nossos alunos à universidade. Tema mais, com essa medida pode ser que a classe média volte a freqüentar a escola pública, que ajudará na troca de experiências e intercâmbio cultural entre as camadas dirigentes e as subalternas, favorecendo contradições necessárias à superação das desigualdades. Isso se dava, de certo modo, até a década de 70, mas em escala menor pois o ensino no curso científico (hoje Médio) não era massificado. Eu mesmo, que era classe média baixa, estudei com filhos de donos de empresa de ônibus, de postos de gasolina, de lavadeiras de roupa e comerciário, rico e pobre, éramos da mesma sala, mas, como disse, em escala menor, pois eram escola do centro da cidade, nas periferias as essas escolas surgiram na década de 80, quando se expandiram no centro de Belém as particulares da classe média, uma verdadeira indústria da enganação.

Na Ilharga disse...

Assino embaixo seus comentários, principalmente em relação ao PRISE. É uma tremenda contradição defender o ensino público e gratuito, ao mesmo tempo que se concede esse tipo de benesse ao ensino ministrado pela iniciativa privada.

BELÉM LIMPA X BELÉM SUJA disse...

Então introduza este debate no Governo. Exija coragem para que essas mudanças se processem. Abraço!