Charlatão

O mês de dezembro último, foi marcado pela interrupção de um ciclo virtuoso na geração de empregos com carteira assinada, iniciado em 2003. Em todo o Brasil, foram fechados mais de 400 mil postos de trabalho, desses, cinco mil no Pará.
Além do natural fechamento de postos temporários, muito comum no período, houve, ainda, a retração na atividade industrial, esta atingida fortemente pela crise econômica mundial e igualmente um fator a contribuir para o fechamento desses postos.
Alheio a essa conjuntura e vendo-a como ocasião propícia para espicaçar o Governo do Estado, o serviçal da Miss Desmatamento e conselheiro de Almir Gabriel para assuntos de massacre, Carlos Xavier, resolveu reabilitar sua cantilena reacionária com um diagnóstico de charlatão, apontando como a causa para as citadas demissões uma possível falta de segurança no Estado, o que afastaria investidores.
É um discurso bem aos moldes de jagunços que não se conformam com a atitude republicana da autoridade pública e laboram para fazer voltar o tempo em que prevalecia a vontade truculenta desses coronéis de barranco. Até ao Papa esse biltre ameaçou queixar-se, em um grave delírio psicótico. Felizmente, essas vozes já não ecoam na sociedade como antes e esse autêntico sargento Getúlio, aquele personagem de João Ubaldo Ribeiro que não admite o avanço do processo civilizatório, vai ficando apenas como (má) lembrança, para a felicidade geral.