"Beiradeu"

A falência da Empresa Beiradão, que durante muitos anos explorou em regime de monopólio a concessão do transporte coletivo para a ilha do Mosqueiro, atesta, mais uma vez, o fracasso de um tipo de condução de empresas que prestam serviço ao público, mas teimam em valer-se da sua condição privilegiada para maltratar aquele que o sustenta: o usuário.
Desde que o monopólio foi quebrado e a Beiradão passou a enfrentar a concorrência do transporte alternativo para a ilha, pela metade do seu preço, que seu serviço começou a deteriorar-se. Mas isso nem ao menos serviu de alerta. Primeiro, valendo-se da relação privilegiada mantida com governos passados, tentou impedir a concorrência do alternativo. Frustrada essa tentativa pela pressão popular, a empresa continuou a recusar-se mudar sua forma arcaica de tratar o usuário entrando, então, em processo de decadência até a falência hoje anunciada.
Lamentavelmente, é mais um caso de empresa que desaparece porque não consegue praticar aquilo que prega e trata a concorrência não como um bem para a sociedade, mas, como um estorvo a atrapalhar seus planos.