Rancor, dissimulação, coragem extemporânea, despeito são alguns dos ingredientes que compõe a entrevista de Almir Gabriel, publicada hoje no Diário do Pará. De novidade, apenas a revelação de que faz parte do grupo que tenta articular uma terceira via para concorrer ao governo do estado, da qual fazem parte ainda Jáder Barbalho e Anivaldo Vale, este provavelmente falando também em nome de D. Costa
São despiciendas suas opiniões a respeito do hegemonismo do PT, do caráter(ou falta dele) do Mário Couto, da decepção que teve com Roger Agnelli, da devoção jatenista a psicultura e tudo mais. O que conta é seu perfil 2010, fora do ninho tucano, chutando o pau da barraca em que estão acampados Serra e Jatene, assumindo pública e belicosamente a cisão tucana entre covistas, na qual ele se alinhava, e fernandohenriquistas, cuja figura central é, hoje, o governador de São Paulo e provável candidato tucano à sucessão de Lula. Racha, por sinal, que remonta à fundação do PSDB, embora sempre estivesse colocado debaixo do tapete, como é prática corriqueira em partidos conservadores.
Sem espaço político, sem aliados fortes e sem poder Almir tenta recomeçar do zero exercitando o autoengano como praxis política, nem que para isso tenha que saborear um brejo inteiro, cardápio que ele abominava até pouco tempo atrás, quando era o todo poderoso.
De qualquer maneira, se vingar essa a terceira via sonhada por Almir, veremos uma boiada do tamanho daquelas que John Wayne conduzia em filmes de bang-bang sobrevoando o céu paraense, com Almir jurando que sempre amou Jáder, desde que ele não queira ser governador; com Zé Carlos dizendo que namorou Jatene, mas gostava mesmo era de Almir, desde que ele garanta um palanque para Marina Silva; que Almir, Jáder e D. Costa tem algo em comum, que só o Anivaldo Vale sabe; que a ação movida pelo PDT, que quase resultou na cassação de Simão foi só uma brincadeirinha do Giovannni Queiroz.
Arestas aparadas, só falta combinar com o céu, para que não forme nuvens tão carregadas, capazes de provocar tempestade que cause o estouro dessa boiada. Aguardemos
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Um comentário:
Teve uma novela recente da Globo em que um vaqueiro, filho de um fazendeiro, ficou meses paraplégico devido a uma queda de um touro, um tal touro “bandido”. Que boiada em mestre, quanto touro em! Uma pena é nós é que somos os vaqueiros.
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