O Senador e o Cientista

O ex-detento e atual senador biônico Flexa Ribeiro(PSDB-PA),certa vez interrogava uma equipe do TCU, na CPI dos Cartões Corporativos, e destacava o que lhe parecia ser o mais grave:
"Há notas fiscais calcadas !" exclamava indignado.
Diante da expressão intrigada dos colegas, ele insistiu no mico gramatical:
"Vocês não sabem o que é? Pois todas deveriam saber!"
E foi em frente inquirindo sobre notas "calcadas", até a chegada no plenário de um assessor que lhe segredou que não era calcadas, mas calçadas
Risos, chufas e motejos espalharam-se pelo ambiente, diante de tanto despreparo maquiado de seriedade.
Pois bem, esse bestunto resolveu fazer uma pesqiusa, a respeito da distribuição dos recursos do PAC, e chegou a seguinte conclusão:
O governo previlegia os aliados na distribuição desses recursos. A propósito, o mais grave é que o O Liberal acreditou na dita pesquisa e a publicou na edição de domingo (13/09/2009), elevando ainda mais o grau de tolices domingueiras contidas naquela edição.
A tal pesquisa tem o mesmo rigor daquela feita por um cientista, de nacionalidade ignorada, que arrancou as patinhas de uma aranha e depois de muita observação chegou a conclusão que, sem as patas, a aranha apresentava problema de surdez, pois não atendia o comando de caminhar, dado pelo cientista.
O paradigma é o mesmo. Flexa considera que só DEM, PSDB e PPS são oposição e conclui sabiamente: a esmagadora maioria das legendas registradas no país são aliadas do governo.Quá, quá, quá.
Não leva em consideração as especificidades regionais e vai engrossando a barafunda: considera o PMDB no Rio Grande do Sul e de Santa Catarina aliados do governo Lula, ignora solenemente as relações do seu próprio partido no Paraná.Até no Pará ele demonstra total alienação em relação ao quadro político. Imagina o prefeito de Marituba como oposição, mesmo sendo o vice do PT;assim como desconhece olimpicamente que o atual prefeito marabaense, apesar da legenda, não é propriamente um governista.
Resultado da "pesquisa":80% dos recursos vão para os partidos da situação e 20% vão para a oposição.Aliás, como se configura a correlação de forças no país. Para o próximo domingo, aguarda-se outra pesquisa comprovando que , para se ganhar uma votação é preciso ter mais votos.