Independente da atuação do Ministério Público Federal, cobrando medidas emergenciais da prefeitura de Belém, é dever moral, legal e político da Câmara Municipal instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) a fim de esclarecer à população sobre a gestão caótica da saúde em Belém.
Ora, se dezenas de médicos estão há meses sem receber seus salários, porém, o cronograma de desembolsos da área da saúde segue remunerando entidades alheias à eficiência do trabalho regular, com cores fortes do favorecimento político, cabe ao Poder Legislativo exercer seu papel constitucional e apurar possíveis desmandos.
Por que são pagos R$22 milhões a um instituto lá de Barueri(SP), para que este administre algumas UPAs, todavia, os salários dos profissionais da saúde somem nas brumas da corrupção deslavada?
Por que uma outra empresa, intitulada Tríade, responsável pela contratação de médicos para as UPAs, recebe R13 milhões, mas não paga o salário dos profissionais?
Definitivamente, se a CMB omitir-se de cumprir o papel institucional que lhe cabe, poderá ser identificada como omissa e até cúmplice de eventual bandidagem que venha à tona, causando graves prejuízos à população mais necessitada em momento delicado, quando estamos a menos de trinta dias da realização, em Belém, de um evento de magnitude internacional.
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