O exame de hoje do Concurso Nacional Unificado(CNU) traz no número de participantes o tamanho da desigualdade salarial, de resto, da desigualdade econômica que o país vive em seus mais de cinco séculos de existência.
São mais de 760 mil candidatos lutando para preencher 3652 vagas, para tornar-se servidor público. Dá mais de 280 candidatos por vaga.
São dados que levam um ser humano dotado de bom senso refletir a respeito do porquê uma parcela da sociedade, principalmente aquela que é detentora de mandato eletivo, ou seja, foi eleita pelo voto popular, ser contra a proposta aprovada na Câmara Federal, que elevou a isenção do pagamento de imposto de renda para quem ganha 5 mil.
Simples: a defesa dos privilégios daqueles que vão pagar a conta, 140 mil brasileiros que ganham mais de R$600 mil/ano, apenas no mercado financeiro, vale dizer, escandalosa empulhação entre o discurso de candidato e a prática falsária após ser eleito.
O governador de São Paulo, por exemplo, considerou a proposta um pacto com o fracasso. Lembrou a manchete do jornal O Globo, a quando da instituição, pelo governo João Goulart, do 13ª salário, com o jornalão da famiglia Marinho estampando em manchete, na edição que noticiou aquela conquista histórica, "considerado desastroso para o país um 13º salário/mês".
Essa reedição, em outra situação, da aposta cega na manutenção de privilégios passa e as conquistas socias, como o décimo terceiro salário e a justiça tributária, devem ficar para a história do país simbolizando marcos de conquistas sociais; já os tarcísios da vida passarão como nuvens negras de fumaça tóxica que em um determinado momento incomodaram.
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