Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 20 de outubro de 2024

"É multipolaridade ou barbárie e Lula deve agir como equilibrista", diz Pepe Escobar


Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o analista geopolítico Pepe Escobar destacou o impacto da cúpula dos BRICS que acontecerá em Kazan, de 22 a 24 de outubro, apontando o evento como um ponto de inflexão para a nova ordem econômica global. "A agenda central da cúpula de Kazan é o tema da desdolarização", afirmou Escobar, ressaltando que as discussões giram em torno de uma nova moeda de reserva e de medidas para reduzir a dependência do sistema financeiro ocidental.

Para Escobar, tudo o que está acontecendo no cenário internacional pode ser entendido como parte de uma "ofensiva anti-BRICS", com o Ocidente tentando frear o avanço do bloco e sua influência entre os países em desenvolvimento. Ele argumentou que "é multipolaridade ou barbárie, multipolaridade ou guerras eternas", destacando que o atual modelo de governança global não atende mais às necessidades de grande parte do Sul Global.

O analista também avaliou o papel do presidente Lula nesse cenário conturbado. Segundo ele, o líder brasileiro está em uma posição delicada e precisa adotar uma postura de equilíbrio para navegar entre os interesses conflitantes de grandes potências. "Lula não tem muita alternativa, a não ser agir como equilibrista diante do turbilhão atual", afirmou Escobar, sugerindo que o presidente busque uma saída à la Garrincha, o lendário jogador de futebol conhecido por driblar habilidosamente seus adversários. "Lula tem que agir como Garrincha", disse, fazendo referência à capacidade de Lula de escapar da "marcação do Império".

Escobar destacou ainda que o avanço dos BRICS é uma resposta à insatisfação crescente de muitos países com a ordem internacional baseada em regras promovida pelo Ocidente. Para ele, a cúpula de Kazan é uma oportunidade para que o bloco dê passos concretos em direção à criação de um sistema financeiro alternativo e à intensificação das transações comerciais entre os membros em suas respectivas moedas. "A maioria Global não aguenta mais o sistema atual", concluiu.

(Brasil 247)

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