A inclusão de Ananindeua em uma lista com as dez cidades mais feias do Brasil, feita por um chat que adota o modelo de inteligência artificial, mesmo sendo algo reconhecidamente subjetivo atesta a gentrificação que caracteriza a ocupação urbana na Região Metropolitana de Belém.
Como nos ensinou o saudoso mestre Milton Santos, corroborado pela confissão de um mauricinho que disputa a prefeitura da capital, a ocupação das áreas mais centrais da capital está intimamente associada aos interesses das classes mais abastadas, empurrando para bem longe aqueles que outrora ocupavam certos espaços.
Em seus oitenta anos de existência como município autônomo, Ananindeua passou grande parte desse tempo caracterizada como cidade dormitório, com sua força de trabalho indo dormir bem tarde em território ananin, depois de passar a maior parte do dia trabalhando em pé no comércio de Belém, ou prestando outros serviços.
Essa realidade gerou alcaides marcados pelo carreirismo político, cujas promessas estavam em total desacordo com o que entregavam depois de eleitos, agravando a situação através do descaso com moradia, regularização fundiária, empenho em resolver os problemas de infraestrutura, enfim, nada além da reles maquiagem que rendia e ainda rende votos, desgraçadamente.
Que essa lista não gere apenas indignação, mas, produza como efeito um sentimento de indignação e traga junto planejamento, urbanização eficiente para todos, respeito ao meio ambiente, inclusive o usufruto de todos das áreas verdes restantes, bem como o reflorestamento conforme o nome do município.
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