O chapéu alheio e a 'bondade' do governador

A ideia de que o benefício pago aos estudantes das escolas públicas do Pará foi uma bondade do governador, e não uma forma de gastar os recursos do Fundeb ainda entesourados em razão da pandemia, é uma farsa.

Foi a forma encontrada em quase todos os estados e municípios do país para zerar o repassado e assim prestar contas com o MEC; o diferencial foi a forma como os gestores encararam  essa distribuição, bem como quem seriam os beneficiários.

Na prefeitura de Belém, por exemplo, adotou-se um critério ampliado em que são considerados 'trabalhadores da educação' todos aqueles envolvidos no dia a dia do processo pedagógico, mesma forma de entendimento do governo do Amazonas.

Já o governador paraense distribuiu uma parte somente entre o corpo docente, excluindo os demais servidores que atuam na área educacional, e uma outra parte resolveu distribuir entre os discentes, na ordem de 500,00 para concluintes do ensino médio; e 100,00 aos demais.

Fora a bagunça, o desrespeito e a improvisação na hora da distribuição dessa benesse cá no Pará, percebe-se a incontornável arrogância populista do governante, a tratar a situação como fruto da bondade oficial, daí sua mídia derramar-se em auto louvações, como se Helder fosse o dono dos recursos financeiros.

Pelo visto, a barafunda causada a quando da distribuição de recursos da merenda escolar, na época em que as aulas eram apenas virtuais, nada ensinou à direção do Banpará e à burocracia da SEDUC, repetindo-se agora a bagunça generalizada que submeteu os beneficiários a um sofrimento desnecessário pra receber, e ainda ter que agradecer. Não dá!