Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Bira não foi. Levaram na marra.

Mesquita, Bira (centro) e Júlio Cesar Uri Geller no Remo, em 1978 — Foto: Arquivo Ferreira da Costa/O Liberal 

Versões edulcoradas a respeito da transferência do Bira 'burro' do Papão pro Leão sendo publicadas aos lotes.

Não foi bem assim. Ao contrário. Foi traumática e efetivada bem ao estilo truculento do vassalo de Jarbas Passarinho, que à época presidia o Remo.

Bira veio de Macapá, onde fazia gol de todo jeito, para o Paysandu e no começo teve poucas chances, até que em um daqueles inúmeros amistosos realizados ao longo dos anos entre os dois rivais Bira arrebentou, o Bicolor metia 4x1, quando o presidente azulino tirou o time de campo.

Desde aquele dia, o sabujo da redentora prometeu que Bira não jogaria em mais nenhum time que não fosse o Remo, ele havia vendido Alcino e o dinheiro da transação tomou doril deixando a torcida azulina enfurecida, então, Bira era a salvação.

Além de fugir de campo naquele amistoso, o tal presidente também tirou o Remo do campeonato regional e seguiu em frente com seu assédio, até que a direção do Papão estranhamente omitiu-se e a federação consolidou a transferência eivada de sacanagens.

Repetiu o surrealismo do 'caso Rubilota', um jogador que surgiu nos aspirantes do Vasco, em 1964, vindo para o Bicolor em 1965, onde foi campeão; estranhamente no ano seguinte transferiu-se para o Remo, não sem antes ser aprovado no vestibular para o Direito, embora tivesse se inscrito em Química.

Portanto, a travessia de Bira não foi façanha de dirigente remista, mas patranha urdida nos porões do regime militar a fim de atender a vontade de um determinado coronel que mandava em tudo, inclusive no futebol.  

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