Essa demissão do Hélio dos Anjos, do comando técnico do time do Paysandu, não está mal explicada, embora dê toda a pinta de que está mal entendida pelo distinto público em geral.
O Paysandu conquistou o campeonato local domingo último, e na quarta-feira seguinte perdeu pela Série C uma partida que todos tinham como fundamental para a recuperação nessa que é a competição principal que o clube disputa.
Pelas palavras de Hélio, já após o jogo de sábado quando a equipe se recuperou e conseguiu expressiva vitória, houve cobranças a respeito da má atuação de quarta e aí veio o desabafo do treinador.
Antes, provavelmente pressionado pelas cobranças, o preparador procurou dividir responsabilidades ao acusar a direção do clube de não atender seus pedidos e deixar desguarnecidas algumas posições, onde o time tem carências.
Ambos, diretoria e técnico estão certos nas cobranças e equivocados nas respostas, se bem que a diretoria admitiu sua barbeiragem, ao deixar um zagueiro ir embora e obrigar o técnico a improvisar um jogador de outra posição na zaga.
Porém, o técnico errou feio ao manter Nícolas jogando toda a partida da 4ª feira, e o Vinicius Leite por mais de 70 minutos, quando era visível que ambos não tinham a menor condição física facilitando o trabalho do adversário.
A justificativa de dos Anjos foi xinfrim, ao declarar que foi o Nícolas que pediu para atuar na quarta, mesmo sabendo estar sem condições físicas plenas, conforme o próprio departamento de saúde atestou, talvez daí a cobrança.
Em condições normais de temperatura e pressão, essa era uma divergência que passaria sem atritos capazes de esticar a corda das divergências até o rompimento fatal, com a vida seguindo seu curso normalmente.
No entanto, em quase dois anos de convivência as relações podem ter sofrido desgaste que vinha se acumulando à espera da gota dágua, afinal, o clube possui um manager e equipe que analisa o desempenho da equipe a cada jogo.
Não sei como Hélio conviveu com essas cobranças ao longo desses quase 24 meses de coexistência, mas é certo que a torcida do Papão odeia o dirigente remunerado que supervisiona o trabalho da comissão técnica.
Para um treinador de 65 anos, formado na escola antiga em que o comandante que se preza não costuma dar satisfações das suas decisões, o convívio entre Hélio e o staff do futebol até que foi longe. Um dia isso ia acontecer. Paciência.
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