Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Moro foi mal no depoimento de hoje. Mas sua situação pode piorar depois da oitiva de Glenn Greenwald


"Não há um só país no mundo democrático em que jornalistas entreguem seu material jornalístico à polícia ou aos tribunais para inspeção antes de publicar, como Moro exige. Como juiz, ele deveria entender que uma imprensa livre está explicitamente protegida na Constituição".

Foi o que declarou o jornalista Glenn Greenwald após o ministro da Justiça de Bolsonaro auto vitimar-se, hoje, na CCJ do Senado, quando declarou que as revelações do site The Intercept, dirigido por Glenn, é sensacionalismo baseado em trabalho de hackers.

Aliás, em suas respostas, ou melhor, na única resposta que parece ter trazido de casa e dado em todas as ocasiões, o ex-juiz limitou-se a exaltar sua imparcialidade, duvidar da autenticidade do citado material jornalístico, apesar disso jurar pela fé da mucura que seu conluio com o MP é normal.

O cinismo de Moro chegou a tal ponto que respondeu ao monte de perguntas do senador Weverton(PDT-MA) questionando sua parcialidade, seu comportamento politiqueiro e explicações a respeito de ter condenado sem provas da seguinte forma: não consegui anotar suas perguntas.

Do que assisti, um dos pontos altos foi a intervenção do senador Rogério Carvalho(PT-SE), que limitou-se a fazer perguntas que Moro não respondeu e ainda insinuou que o senador fez acusações sem provas contra instâncias jurídicas, com o senador lembrando que apenas fez perguntas e enfatizou que as intervenções de Moro estarão gravadas e posteriormente saberemos se o ministro mentiu ou não. Uma bela armadilha.

Esse é o busílis do caso: Moro nada responde, nada esclarece. Limita-se a passar-se por vítima e a cobrar punições aos responsáveis pelas acusações contra ele, associando velhacamente as denúncias do conceituado site jornalístico a trabalho sujo de hackers, em torpe tentativa de operação abafa.

Resta saber se a bancada situacionista estará disposta a travar um debate ao menos no nível do que foi travado hoje na CCJ, quando Glenn Greenwald for sabatinado no Senado. Diante da serenidade e competência até aqui demonstrada pelo jornalista estadunidense, é pouco provável que a sessão não termine em tumulto, aliás, como tem feito a bancada da boçalidade toda vez que se vê contrariada pela verdade dos fatos.

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