Muita gente votou em Jader Barbalho para governador, na eleição de 1982, a fim de derrotar a ditadura militar, representada pela candidatura do empresário Oziel Carneiro, pela ARENA, partido de apoio à milicocracia.
A eleição de Helder Barbalho, derrotando Márcio Miranda em outubro último, está longe de ser uma derrota imposta ao golpismo. Muito ao contrário, Helder foi golpista de primeira hora, tanto que virou imediatamente ministro do ladravaz temerário, usando com desassombro espetacular a máquina governamental pra conseguir seu objetivo.
É verdade que os adesistas mais desvairados podem chafurdar na falácia que Helder pôs fim à uma dinastia que durou quase um quarto de século, com breve intervalo verificado em um mandato petista, todavia, do ponto de vista político Helder terá que confirmar na prática a retórica da administração em favor do bem comum, depois de oito anos de um governo paquidérmico e patrimonialista.
Reduzir os índices de pobreza, melhorar os indicadores econômicos, estabelecer uma nova e eficiente política de segurança pública, acabar com o compadrio que caracteriza a gestão da saúde pública são algumas das vistosas promessas contidas no discurso do futuro governador, sempre focado na esperança do estabelecimento de parcerias que viabilizem tais promessas.
Formou um secretariado plural do ponto de vista de concepções políticas, tentou seguir ao máximo o critério técnico e parece estar bem acompanhado, na medida do possível. Porém, enfrentará uma situação inusitada no âmbito federal, já que o governo que assumirá o comando do país na próxima 3ª feira anuncia um brutal aprofundamento no corte de conquistas sociais obtidas verificadas durante os governos petistas.
Nesse sentido, Helder poderá ficar com o ônus desse desmonte e bem pouco do bônus, se é que há, pela redução desses custos econômicos, vale dizer, a pobreza tende a aumentar mas o governo federal tratará isto como problemas localizados; a educação pública também anuncia dias piores a julgar as concepções do futuro czar da economia e na área da saúde, com o sucateamento do SUS em detrimento da medicina privada, o governador terá de fazer das tripas coração a fim de resgatar a tal gestão tripartite e evitar desgastes fatais.
Vejamos como o emedebista lidará com esses desafios, se os enfrentará ou sucumbirá por uma compensação que garanta duas ou três obras de infraestrutura seguidas de maciça propaganda na linha 'salvação da lavoura', enquanto a gestão do dia a dia tende a seguir em quadro desfavorável no caminho de mais uma frustração. Preocupante!
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