Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Uma questão de sobrevivência



Com todo respeito que merece o brilhante jornalista Breno Altman, mas sua expectativa de uma chapa Lula/Manuela D'ávila mais causa dificuldades do que soluciona a ameaça da volta aos braços de uma aliança maligna que recentemente deu no golpismo.

Não nos iludamos, mas um dos maiores problemas enfrentados por Dilma, já durante a campanha de 2014, foi sua solidão no debate diante de alguns vassalos de Aécio, inclusive Marina Silva, além da metralhadora giratória Luciana Genro, que em momento algum mostrou qualquer compaixão com o bombardeio anti-Dilma, pisando distraída na adversária quando esta estava prostrada.

Bem ao contrário do que ocorreu em 1989, por exemplo, quando o discurso progressista de um Brizola, Ulisses, Mario Covas e até o então comunista Roberto Freire, hoje apenas um resignado mastim do conservadorismo quatrocentão, fazia intervenções magistrais também  ajudando a isolar o ídolo de barro que o conservadorismo maquiou como novo pra substituir Sarney. E nem os mais próximos, Guilherme Afif e Ronaldo Caiado, portaram-se como linha auxiliar do darling global.

Além desse problema do equilíbrio do debate, há outro ainda mais grave que praticamente inviabiliza uma aliança do PCdoB com Lula. A partir de 2020, entrará em vigor a cláusula de barreira que pretende sepultar aquele partido que tiver desempenho eleitoral abaixo dos 2%, em 2018.

Ora, nota-se um enorme empenho dos comunistas em preparar-se para superar esse empecilho já montando sua estratégia a partir de agora, com candidatura própria à presidência, além de candidaturas majoritárias em vários estados, na perspectiva de repetir o êxito de Flávio Dino no Maranhão.

Diante desse impasse histórico, com o risco do casuísmo conservador riscar do mapa político a legenda do campo da esquerda mais antiga do país, me parece que seria exigir demais do PCdoB essa auto imolação.

De alianças falemos depois, quando os partidos, principalmente o PT, tiver traçado sua estratégia e definido seu campo. Mesmo porque o PMDB sempre comportou-se como confederado e não seria sob esse caos que mudaria seu comportamento eleitoral, algo que por si só é auto suficiente pra que petistas, lulistas e o campo de esquerda evite essa pauta conservadora e eticamente fuleira.

Nenhum comentário: