Gervásio Baptista / STF
Sessão que julgou recurso à acusação de lavagem de dinheiro por João Paulo Cunha foi presidida pelo vice, Lewandowski
O julgamento do recurso ao embargo infringente pelo ex-deputado João Paulo Cunha, reformou sua condenação para absolvição na acusação por lavagem de dinheiro, em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (12). Estranhamente, o ministro Joaquim Barbosa faltou à esta sessão de julgamento. Seria para demarcar uma posição política de protesto contra a revisão do julgamento, coisa inusitada para um magistrado?
Se foi essa a intenção, não surtiu o efeito desejado. O gesto foi solenemente ignorado pelo telejornal de maior audiência no Brasil, o Jornal Nacional, da TV Globo. A emissora nem sequer citou o nome do ministro e a sua ausência – num julgamento que rebaixou ainda mais o impacto do factoide criado com o que foi batizado pela mídia tradicional como "o maior escândalo de corrupção da história da República".
Ou seja, mais uma vez, o sinal está dado: as Organizações Globo abandonaram Barbosa em sua suposta pretensão de entrar na carreira política, ao ver que o julgamento da AP 470 não chegou aos objetivos traçados: condenar políticos, em vez de fazer justiça.
Barbosa está na presidência do STF e do CNJ há mais de um ano, e nem ao menos usa seu posto para fazer a diferença construindo um Judiciário mais eficiente e mais justo. Parece ter ficado obcecado pelo chamado caso mensalão e não tem olhos para outras ações importantes e necessárias à transformação da sociedade no âmbito da Justiça, aquela que reconhece todos os cidadãos absolutamente iguais perante si.
O julgamento do recurso ao embargo infringente pelo ex-deputado João Paulo Cunha, reformou sua condenação para absolvição na acusação por lavagem de dinheiro, em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (12). Estranhamente, o ministro Joaquim Barbosa faltou à esta sessão de julgamento. Seria para demarcar uma posição política de protesto contra a revisão do julgamento, coisa inusitada para um magistrado?
Se foi essa a intenção, não surtiu o efeito desejado. O gesto foi solenemente ignorado pelo telejornal de maior audiência no Brasil, o Jornal Nacional, da TV Globo. A emissora nem sequer citou o nome do ministro e a sua ausência – num julgamento que rebaixou ainda mais o impacto do factoide criado com o que foi batizado pela mídia tradicional como "o maior escândalo de corrupção da história da República".
Ou seja, mais uma vez, o sinal está dado: as Organizações Globo abandonaram Barbosa em sua suposta pretensão de entrar na carreira política, ao ver que o julgamento da AP 470 não chegou aos objetivos traçados: condenar políticos, em vez de fazer justiça.
Barbosa está na presidência do STF e do CNJ há mais de um ano, e nem ao menos usa seu posto para fazer a diferença construindo um Judiciário mais eficiente e mais justo. Parece ter ficado obcecado pelo chamado caso mensalão e não tem olhos para outras ações importantes e necessárias à transformação da sociedade no âmbito da Justiça, aquela que reconhece todos os cidadãos absolutamente iguais perante si.
Vinícius Romão
Barbosa omitiu-se desastrosamente no caso Vinícius Romão. Semanas atrás o ator e comerciário, com nível superior e negro, foi confundido com um assaltante e ficou preso por 16 dias, no Rio de Janeiro.
Uma sucessão de erros jurídicos foram cometidos contra o rapaz, que só saiu da prisão depois que amigos e familiares foram à luta, fazendo manifestações por sua liberdade e levando o caso à imprensa. Resumindo, Vinícius foi preso sem provas.
O caso ganhou dimensão nacional, inclusive com a discussão se houve racismo, menos por parte da vítima, que também é negra, e mais pelo delegado que não lhe deu ouvidos. O ex-ministro da igualdade social, deputado Edson Santos (PT-RJ), protestou na tribuna da Câmara. O coordenador da Frente Parlamentar da Igualdade Racial, deputado Luiz Alberto (PT-BA), manifestou-se defendendo mudança na formação de policiais.
Foi a repetição de um dos casos que, todos sabemos, ocorrem no Brasil diariamente, mas que ficam "invisíveis", pois poucos têm família estruturada e amigos fiéis como Vinícius Romão.
Por isso foi mais um grave erro a omissão do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, que deveria ter se manifestado e levado um caso como esse ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o que poderia ter produzido um avanço importante para reduzir o grande número de prisões com falsos flagrantes, apenas com testemunho duvidoso, sem investigar os argumentos do acusado, sobretudo quando ele é jovem, negro e pobre.
(Rede Brasil Atual)
Barbosa omitiu-se desastrosamente no caso Vinícius Romão. Semanas atrás o ator e comerciário, com nível superior e negro, foi confundido com um assaltante e ficou preso por 16 dias, no Rio de Janeiro.
Uma sucessão de erros jurídicos foram cometidos contra o rapaz, que só saiu da prisão depois que amigos e familiares foram à luta, fazendo manifestações por sua liberdade e levando o caso à imprensa. Resumindo, Vinícius foi preso sem provas.
O caso ganhou dimensão nacional, inclusive com a discussão se houve racismo, menos por parte da vítima, que também é negra, e mais pelo delegado que não lhe deu ouvidos. O ex-ministro da igualdade social, deputado Edson Santos (PT-RJ), protestou na tribuna da Câmara. O coordenador da Frente Parlamentar da Igualdade Racial, deputado Luiz Alberto (PT-BA), manifestou-se defendendo mudança na formação de policiais.
Foi a repetição de um dos casos que, todos sabemos, ocorrem no Brasil diariamente, mas que ficam "invisíveis", pois poucos têm família estruturada e amigos fiéis como Vinícius Romão.
Por isso foi mais um grave erro a omissão do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, que deveria ter se manifestado e levado um caso como esse ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o que poderia ter produzido um avanço importante para reduzir o grande número de prisões com falsos flagrantes, apenas com testemunho duvidoso, sem investigar os argumentos do acusado, sobretudo quando ele é jovem, negro e pobre.
(Rede Brasil Atual)
Um comentário:
Joaquim Barbosa poderia recuperar um pouco do respeito que deveríamos ter pelo presidente do nosso principal Tribunal se, usasse as prerrogativas da função e convocasse uma cadeia de Rádio e TV pra ao menos colocar o judiciário brasileiro contra esses episódios de JUSTIÇAMENTO COM AS PRÓPRIAS MÃOS que têm sido mostrados na TV todos os dias. Isso é um espetáculo da maior gravidade para a formação de nossos jovens, mas ele se omite porque os JUSTICEIROS têm o exato perfil dos seus supostos aliados. Onde iremos parar se ninguém se dispuser a por freios (ao menos criticar) esses comportamentos expostos e louvados por elementos como os "DATENAS", "MARCELO RESENDES" e a peruinha do SBT com aquele sobrenome de judeu terrorista? A pessoa mais indicada para manifestar-se contra esse barbarismo se omite vergonhosamente apenas porque os "bárbaros" são exatamente seus possíveis eleitores no futuro. Cada vez seu JB envergonha mais esse "NEGRINHO' aqui! Uma pena!
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