Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Uma nova sociedade

Segundo os últimos números divulgados pelo IBGE, mais de 37% dos lares brasileiros são atualmente chefiados por mulheres, eram pouco mais de 23% no último levantamento; e mais de 12% dos lares brasileiros são ocupados por apenas uma pessoa, eram algo em torno de 9%.
Constata-se, assim, que o patriarcalismo familiar vai desaparecendo em nosso país junto com o patriarcalismo político, este a cada eleição ficando menor com o enterro político dos velhos coronéis de barranco, diga-se, desde a ascensão de Lula à presidência da República e com Dilma Rousseff posteriormente, ainda que a violência doméstica contra a mulher ainda apresente índices altos.
De qualquer modo, é perceptível a transformação radical do perfil familiar que se observa hoje, para o que se tinha até mais ou menos os anos 80 do século passado. Começou a mudar com a chegada da peste neoliberal dos anos 90, cá no Brasil, e suas mazelas do tipo queda nas taxas de empregabilidade, que levou muitas mulheres a transformar as cozinhas de suas casas em ganha pão da família; os planos de demissão voluntária, que suprimiram empregos formais em troca do aumento da informalidade em uma máquina de costura, de fazer pastéis, enfim, o uso da habilidade doméstica como único meio de auferir renda familiar.
A chegada de Lula ao governo, junto com seus programas de recuperação salarial, principalmente o mínimo, o aumento da empregabilidade, o acesso das camadas mais populares ao crédito bancário e a criação de milhões de empregos contribuiu em muito para que esses sobreviventes da hecatombe tucana se transformassem em comerciantes solidamente estabelecidos e com clientela suficiente, a partir do aumento do poder aquisitivo da população via transferência de renda às camadas mais populares.
Predominantemente urbana, muitas vezes solitária, matriarcal em grande parte e vivendo do seu próprio trabalho. Essa é a sociedade que surge no país. Resta saber como o acesso à educação, outra conquista inegável dos governos Lula e Dilma, refletirá no perfil desses novos núcleos familiares que se formam, bem como o tipo de cidadão e cidadã que habitará no Brasil nas próximas décadas. Certamente, bem mais indiferente à politicagem praticada pelas velhas legendas de direita, que desaparecem junto com seus proprietários.

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