Leiam esse trecho que pincei de um texto do sociólogo Emir Sader, publicado no Nº182, da revista 'Caros Amigos', a respeito de ex-esquerdistas que viraram antiesquerdistas. Com certeza, você que é de esquerda há de conhecer alguém que passou por esse "arrependimento".
"Há os tipos padrão, os que foram de esquerda, militantes mesmo, de repente "se arrependem", largam tudo, renegam, denunciam seu passado e seus companheiros, os ídolos em que acreditaram cegamente, para se entregarem de armas, bagagens e, frequentemente, emprego, para a direita. Alguns se mantêm na esquerda, no seu espaço mais moderado, com um tom fortemente antiesquerdista, denunciando o que não seria "democrático" em correntes da própria esquerda. São adeptos fortes de alianças com correntes de centro e mesmo de direita, tendem a diluir as distinções entre direita e esquerda.
Outros, os casos mais conhecidos, se tornam militantes da direita, de suas correntes mais fundamentalistas, no velho estilo anticomunista da guerra fria. Ganham espaços na mídia de direita- desde direção de revistas a colunas em jornais, convites para a televisão- como prêmio pela sua adesão..."
Não parece bem familiar?
Jorge Paz Amorim
- Na Ilharga
- Belém, Pará, Brazil
- Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.
2 comentários:
Parece, caro Amorim. Parece muito familiar. O Sader está certíssimo. A UFPA está cheia deles. É impressionante como pessoas preparadas, inteligentes e com um histórico de militância e de preocupação social - se deixam levar pelo ressentimento, mágoas e rancores - paixões em geral vulgares e que se originam em experiências mal-vividas de embate político. Se percebermos bem, esses tipos se afastam da esquerda a partir de episódios de confrontos pessoais, o que me parece ainda mais incrível, porque é o tipo de fato que, seria de esperar, poderia ser superado com mais facilidade por pessoas que possuem uma percepção do processo dialético...
Perfeito, meu caro Fábio. Parece que o principal motor dessa frustração é o individualismo não reforçado por eventuais aplausos de áulicos. Aí o gênio incompreendido desbunda e resvala para a mais vulgar autocomiseração e daí à posturas mais reacionárias.
Um grande abraço
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