Essa operação sangrenta, empreendida pela polícia do Rio de Janeiro contra a facção Comando Vermelho, tem toda a pinta de crônica do fracasso anunciado.
O próprio governador Claudio Castro(PL) já admitiu que o estado exauriu suas forças no combate ao crime organizado no estado, em claro sinal que federalizará a futura culpa pelo desastre.
Como bem disse a jornalista global Andreia Sadi, o governador foi contra a PEC da Segurança Pública, assim como a bancada de direita, optou por privilegiar o debate da anistia a golpistas e blindar gangsters investidos em mandatos eletivos.
Após 64 mortos em menos de um dia e uma cidade conflagrada pelo confronto, em uma paisagem que lembra a tragédia de Gaza, coberta por nuvens de fumaça saídas de bombardeios, não se sabe como terminará a matança, sabe-se apenas que o narcotráfico não será derrotado.
Definitivamente, a solução do problema não precisa da demagogia como panaceia pra enganar a opinião pública. Mais de seis dezenas de corpos estendidos no chão e o prefeito, e candidato à sucessão estadual, Eduardo Paes, sobe na mesa do bar e faz discurso pra governador, enfatizando que o Rio "não será refém do narcotráfico".
Já é, prefeito. E graças a quem enxuga gelo e combate o crime organizado matando 'pés de chinelo' na favela, quando se sabe que lá não se fabrica, muito menos financia, droga; enquanto os verdadeiros capos seguem impunes ostentando vidas nababescas, reverenciados por governantes submissos e muitas vezes até aliados desse segmento cada vez mais poderoso e fora da lei.
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