Na manhã desta sexta-feira (3), o presidente Lula iniciou a segunda etapa de visitas às obras voltadas para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém em novembro de 2025. Ao lado do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, Lula conheceu as intervenções de macrodrenagem e urbanização do Canal da União, parte do maior projeto de urbanização integrada de periferias já financiado pelo banco.
Com investimento de R$ 740 milhões nas bacias do Murucutu e Tucunduba e mais R$ 107 milhões no estádio Mangueirão, o montante chega a R$ 847 milhões e vai beneficiar mais de 500 mil pessoas, cerca de 35% da população da capital paraense.
As obras incluem saneamento, mobilidade e infraestrutura urbana em 12 canais, reduzindo alagamentos históricos e melhorando a qualidade de vida nos bairros mais populosos de Belém.
O presidente Lula destacou que o legado que a infraestrutura da COP30 deixará deve beneficiar a população do estado.
“A COP é um evento que vai durar 20 dias no máximo. Depois, essas obras todas vão ficar para o povo do estado do Pará, para o povo da cidade de Belém”, frisou Lula. “Quando esse canais estiverem bem tratados, as ruas estiverem bonitas, aqui também virá turista”, ponderou o presidente.
“Estamos realizando em Belém o maior projeto de urbanização de periferias já apoiado pelo BNDES. Esse investimento garante saneamento, mobilidade e infraestrutura para mais de meio milhão de pessoas, transformando a vida de famílias que por décadas conviveram com alagamentos e ausência de serviços básicos. É uma obra que leva dignidade e futuro para quem mais precisa”, afirmou Aloizio Mercadante.
Porto Futuro II: cultura, turismo e inovação
Após a visita ao Canal da União, Lula conferiu as obras do Porto Futuro II, complexo de 50 mil m² que requalifica cinco armazéns históricos da orla da cidade.
O espaço vai reunir o Museu das Amazônias, o Porto Gastronômico, a Caixa Cultural e o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, consolidando um polo de turismo, cultura e negócios sustentáveis.
O Museu das Amazônias recebeu R$ 10 milhões não reembolsáveis do BNDES e terá dois grandes espaços expositivos, com mostras permanentes e itinerantes, como a exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado.
“O Museu das Amazônias será um legado da COP30 e um chamado ao mundo sobre a urgência de preservar este bioma vital. Mais do que um espaço cultural, ele será um lugar de diálogo entre ciência, inovação e saberes tradicionais, mostrando que o futuro do planeta depende da Amazônia”, afirma Mercadante.
No Porto Gastronômico, 15 empreendimentos locais vão valorizar a culinária amazônica, gerando renda e fortalecendo a economia criativa.
O Parque de Bioeconomia será o primeiro espaço no Brasil voltado a startups e cadeias produtivas sustentáveis, com laboratórios de alimentos, cosméticos e fármacos derivados da floresta, coworkings e showroom de inovação.
Investimentos estratégicos para a COP30
Além da urbanização e da requalificação do Porto Futuro, o BNDES financia outras obras estratégicas para a conferência: o Terminal Hidroviário Internacional de Belém, com R$ 53,7 milhões, e a modernização do Hangar Centro de Convenções, com R$ 40 milhões.
O banco também destinou R$ 36,9 milhões ao restauro do conjunto arquitetônico dos Mercedários.
O terminal hidroviário, com 4.800 m² de área operacional, integrará rotas domésticas e internacionais, ampliando a infraestrutura de mobilidade fluvial da região.
O Hangar, usado como hospital de campanha na pandemia, será revitalizado com sistemas modernos de TI, refrigeração e geração de energia solar.
Parque da Cidade
À tarde, Lula faz vistoria no Parque da Cidade, considerado a maior intervenção urbana de Belém em 100 anos. Construído em uma área de 500 mil m² onde funcionava um aeroporto, o espaço já recebeu mais de 670 mil visitantes desde sua inauguração em julho.
O Parque concentra Centro de Economia Criativa, cinema, teatro, biblioteca, centro gastronômico, ciclovia e parque aquático infantil. Para a COP30, vai abrigar as Zonas Azul e Verde da conferência. A primeira, de acesso restrito, receberá negociações oficiais e encontros de chefes de Estado; já a segunda, aberta ao público, dará visibilidade a soluções em sustentabilidade e inovação, com foco em governança ambiental, social e corporativa (ESG).
O projeto paisagístico contempla mais de 2.500 árvores e 190 mil plantas ornamentais, além de tecnologias sustentáveis como energia solar e reaproveitamento de água da chuva.
(Agência PT)
Nenhum comentário:
Postar um comentário